Barroso rejeita pedido do Congresso para suspender decisão de Dino que barrou emendas impositivas

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, rejeitou nesta sexta-feira (16) o pedido do Congresso para derrubar as decisões do ministro Flávio Dino que suspenderam a execução de emendas.

Barroso argumentou que são excepcionais as intervenções da presidência contra decisões de ministros e que, neste caso, essas circunstâncias não estão presentes.

O presidente do STF ressaltou a busca pelo consenso entre os Poderes. “Por fim, destaco que o voto apresentado pelo Min. Flávio Dino por ocasião do julgamento do referendo das decisões impugnadas neste incidente sinaliza a possibilidade de construir solução consensual para a questão, em reunião institucional com representantes dos três Poderes”.

Votos dos ministros

Também nesta sexta, os ministros começaram a julgar as restrições para o pagamento das chamadas “emendas pix” e a suspensão das emendas impositivas.

Até as 7h desta sexta, o placar era de 4 votos a 0 para manter as decisões de Dino. Votaram nesse sentido o próprio ministro Dino, André Mendonça, Edson Fachin e Cristiano Zanin.

Os ministros analisam, no plenário virtual da Corte, as decisões individuais do ministro Flávio Dino, que determinou que a execução das emendas pix precisa cumprir os critérios de publicidade, transparência e rastreabilidade e interrompeu os repasses das emendas impositivas.

Os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico do STF até o fim da noite desta sexta. No Supremo, há expectativa de que a maioria dos ministros confirme as medidas determinadas por Dino.

Pedido do Congresso e de partidos

Na quinta-feira (15), a Câmara, o Senado e partidos políticos pediram STF a suspensão da medida decidida liminarmente pelo ministro Flávio Dino que suspendeu a execução de emendas parlamentares impositivas.

O pedido também foi encaminhado a outras ações em que Dino determinou a adoção de medidas de transparência em outras modalidades de emenda, como as de comissão.

O objetivo era garantir a continuidade do pagamento das emendas. O Congresso deverá estabelecer novas regras para a destinação de emendas parlamentares.

No pedido, os presidentes da Câmara e do Senado argumentaram que:

▶️ “a decisão suspende a execução de políticas, serviços e obras públicas essenciais para a vida cotidiana de milhões de brasileiros”;

▶️ a decisão de Dino foi “drástica e invasiva” pois “paralisa a execução orçamentária das emendas pela vontade de apenas um ministro do STF”;

▶️ houve “grave lesão ao princípio da separação dos poderes”;

▶️a execução das emendas deve seguir normalmente até que haja o julgamento definitivo do caso.

“As decisões monocráticas, proferidas fora de qualquer contexto de urgência que justificasse uma análise isolada, e não colegiada, transcenderam em muito o debate em torno de alegada falta de transparência das denominadas ‘emendas PIX’, e alcançaram de forma exorbitante também as chamadas ‘emendas de comissão'”, afirma o documento.

Fonte: G1