O Carnaval chegou e, com ele, a agitação das festas, blocos e muitas interações sociais. Entretanto, apesar da diversão, é preciso estar atento aos riscos de doenças transmissíveis pelo beijo. A dermatologista Dra. Érica Coutinho alerta que o herpes labial é uma das doenças mais comuns transmitidas nesse período e reforça a importância da prevenção.
“A doença que é bastante frequente e muito bem falada é o herpes labial, devido justamente ao modo de transmissão dele, que ocorre principalmente pelo contato direto e pelo contato com saliva ou feridas na região da pele e da boca”, explicou a especialista.
Durante a entrevista, a dermatologista ressaltou a necessidade de cuidados específicos para evitar a contaminação, principalmente para quem pretende beijar muitas bocas no Carnaval.
“Se tiver com lesão ativa, é fundamental evitar esse contato íntimo. Além disso, é importante tentar descansar melhor, se alimentar bem e usar protetor labial, pois o sol pode reativar o vírus. O risco é maior para quem beija várias bocas, pois isso aumenta a chance de contágio”, destacou.
O herpes labial não tem cura, podendo ser reativado ao longo da vida conforme a imunidade do paciente. “Quando a paciente está com a lesão, usamos antivirais orais, que, se introduzidos em até 24 ou 48 horas, têm melhor resultado para diminuir a replicação viral e os sintomas. Mas é importante lembrar que não há cura. O herpes vai e volta, podendo ser reativado por fatores como estresse, exposição solar e baixa imunidade”, disse a médica.
A especialista também explicou os sintomas iniciais da doença. “Geralmente, o paciente percebe um ardor, coceira e queimação na região afetada. Com o passar dos dias, surgem vesículas que estouram, formando pequenas feridas e crostas antes da cicatrização. Importante lembrar que o vírus pode ser transmitido até mesmo durante o período de crosta. Somente quando a lesão está completamente cicatrizada é que o risco de transmissão desaparece”, alertou.
Outras doenças também podem surgir durante o Carnaval, como a candidíase oral, conhecida como “sapinho”. “O tratamento depende muito da imunidade do paciente, mas, em geral, são utilizados antifúngicos. A diferença é que não tem a mesma recorrência do herpes”, afirmou a dermatologista.
Além disso, a Dra. Érica alertou sobre a dermatite de contato, que pode ser desencadeada pelo uso excessivo de maquiagens e produtos cosméticos durante o Carnaval. “As infecções bacterianas e fúngicas podem ser transmitidas, mas também há problemas como a dermatite de contato, causada pelo uso excessivo de maquiagens e produtos não testados para a pele. É importante ter atenção ao que se aplica no rosto, principalmente em períodos de muita exposição ao sol e suor”, destacou.
A prevenção passa por hábitos simples. “Evite compartilhar copos e batons, pois esses objetos podem estar infectados. Também é essencial melhorar a qualidade do sono e a alimentação, pois radiação solar, estresse e o consumo excessivo de álcool são fatores que podem reativar o vírus do herpes simples”, alertou.
Por fim, a Dra. Érica reforçou a necessidade de cautela ao longo das festividades: “Se houver qualquer lesão na boca, é melhor evitar contatos íntimos e buscar um dermatologista para uma avaliação adequada. E lembre-se, curtir é importante, mas a saúde deve vir em primeiro lugar”.