O governo federal apresentará nesta semana um conjunto de documentos que orientarão a construção da “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. Serão quatro documentos elaborados durante as reuniões técnicas do G20 (grupo das 20 economias mais ricas do mundo), realizadas em diversas cidades brasileiras.
Por recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o combate à fome e à pobreza é um dos temas centrais da presidência brasileira no G20. Outras prioridades incluem a mobilização global contra as mudanças climáticas e a reforma da governança global.
O “pré-lançamento” dessa aliança marca a segunda fase da presidência brasileira no G20. Agora, no nível ministerial, os países devem avançar nas discussões. O Brasil recebe a cúpula do G20, com chefes de estado, no Rio de Janeiro, em novembro.
As reuniões ministeriais do G20 começam na segunda-feira (22), com o “pré-lançamento” previsto para quarta-feira (24), contando com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina. Os ministros Mauro Vieira (Fazenda), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Fernando Haddad (Fazenda) também participarão.
Na ocasião, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apresentará o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)”, conhecido como o mapa da fome. Segundo o Itamaraty, é a primeira vez que a FAO divulga esses dados fora de Roma e Nova Iorque.
Na sexta-feira (19), em Brasília, o Embaixador Mauricio Lyrio, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e coordenador da Trilha Sherpas do G20, revelou que pelo menos 150 milhões de crianças de até 5 anos passam fome no mundo. Além disso, cerca de 730 milhões de pessoas estão em situação de fome ou insegurança alimentar.
O embaixador defendeu que o mundo já reconheceu os programas sociais como mecanismos eficientes para reduzir a fome e a desigualdade. Durante a presidência do Brasil no G20, busca-se a “consagração” da necessidade de programas abrangentes, como agricultura familiar, merenda escolar e bancos de leite.
Fonte: G1