Brasil bate recorde de mortes por dengue em 2022

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Brasil registrou o maior número de mortes pela dengue em 2022, mostra o novo boletim epidemiológico sobre arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira. No total, o país acumula 987 óbitos pela doença durante o ano, além de 100 em investigação. Antes, o maior número de vítimas fatais havia sido registrado em 2015, quando 986 pessoas morreram em decorrência do vírus.

Os estados com mais mortes pela dengue foram São Paulocom 278Goiás, com 154Paranácom 108Santa Catarinacom 88, e Rio Grande do Sulcom 66. O total de óbitos em 2022 é 301,2% mais alto que o do ano anterior, quando foram 246 vidas perdidas.

Em relação aos diagnósticos, foram 1,4 milhões de casos identificados, um aumento de 163,8% em comparação com 2021. Porém, houve um leve recuo de 7,7% sobre o número de infecções em 2019, antes da pandemia. Como a dengue é uma doença cíclica, especialistas explicam que ela costuma provocar ondas maiores de três em três anos. Os dados de 2022 são até o dia 17 de dezembro.

A região mais afetada foi a Centro-Oeste, com uma taxa de incidência de aproximadamente 2.028 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, estão as regiões Sul, com 1.047 casosSudeste517Nordeste425, e Norte, com cerca de 261 diagnósticos a cada 100 mil pessoas.

Os municípios com mais registros foram Brasília, com um total de 68.654 infecçõesGoiânia (GO), 54.052Aparecida de Goiânia (GO), 26.277Joinville (SC), 21.422Araraquara (SP), 20.966, e São José do Rio Preto (SP), com 20.025 casos de dengue.

Em novembro, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já havia emitido um alerta sobre a possibilidade de o recorde de óbitos ser atingido neste ano, com uma “tendência real de chegarmos perto de mil mortes”. No documento, a entidade pede mais atenção às medidas preventivas da doença, como o combate ao mosquito vetor do vírus, o Aedes Aegypti.

“É urgente que tenhamos uma política de retomada efetiva para combater o vetor da dengue. A situação é crítica, por isso fazemos esse alerta nacional”, destacou na nota o vice-presidente da SBI, o infectologista Alexandre Naime Barbosa.

(Fonte: O Globo)