Na sessão desta quinta-feira (21), a Câmara Municipal de Petrolina apreciou o Projeto de Lei nº 036/2025, que trata das diretrizes para elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2026 (LDO). O texto, que prevê a movimentação de mais de R$ 2,3 bilhões, gerou embates acalorados entre vereadores de oposição e de situação, mas acabou aprovado em 1ª votação por 20 votos e em 2ª votação por 18 votos, sem nenhum voto contrário.
O líder da oposição, Gilmar Santos, foi duro em seu discurso ao criticar a falta de participação popular no processo orçamentário. “Estamos aprovando as intenções da prefeitura para 2026: 2 bilhões e mais de 300 milhões sem participação do povo. Quanto menos o povo participar, melhor para aqueles que usam irresponsavelmente os recursos públicos. Quanto mais distante o povo estiver dessa casa, melhor para que uma minoria se dê bem e a maioria continue se dando mal. Mas eu pergunto: por que a população, que tanto sofre, continua votando em quem promove esse mal?”, questionou.
Na mesma linha, Dhiego Serra também cobrou mais transparência e diálogo. “Até para um vereador é difícil consultar o portal da transparência. O IGEPREV não funciona, a FACAPE não funciona, a AMPLA não funciona. Falta transparência e, principalmente, falta ouvir a população. Como falar em diretrizes de orçamento sem debater com as comunidades?”, disse, lembrando ainda do matadouro municipal, que classificou como “praticamente abandonado” e defendeu que seja transferido para a zona rural.
Pela base governista, Ronaldo Cancão saiu em defesa da gestão e destacou avanços. “Aqui está a LDO de quase R$ 2,2 bilhões. Posso afirmar que todos os setores do Executivo avançaram. A saúde tem hoje 328 mil pessoas cadastradas no SUS em Petrolina. Na segurança, o prefeito já instalou 120 câmeras de monitoramento com reconhecimento facial, enquanto a governadora não assumiu sua parte. Isso é fictício? Não. Nosso governo acerta e tem 58,7% de aprovação popular”, afirmou.
A vereadora Rosarinha Coelho reforçou o discurso de apoio à administração municipal, lembrando que a população validou o trabalho nas urnas. “Se a gestão está dando certo, o povo vai lá e reelege, como reelegeu Simão Durando com uma maioria linda de votos. Nosso grupo político é vitrine para o Brasil inteiro, porque aprova as melhores leis e executa as maiores obras”, disse.
O líder do governo na Casa, Diogo Hoffmann, citou obras estruturantes para mostrar o reflexo da LDO no dia a dia da população. “A primeira etapa do Parque do Povo será entregue em setembro, a Orla 3 está em execução com recursos garantidos pelo senador Fernando Bezerra, e as duplicações da BR-407 e BR-428 já mudaram a mobilidade da cidade. Sem essas obras, o trânsito estaria colapsado. É disso que se trata a LDO: projetos que transformam a vida da população”, destacou.
Na oposição, o vereador Ronaldo Silva ironizou o discurso governista, afirmando que os méritos apontados pela situação são apenas a obrigação de qualquer gestor. “Aqui a gente escuta discurso como se o governo fosse de primeiro mundo. Mas quem paga por câmeras de monitoramento, por pavimentações, é o povo. Nada é de graça. O prefeito não faz favor, faz obrigação. E peço: esqueçam governos passados, que já saíram há mais de dez anos. Trabalhem pelo presente”, disparou.
A discussão ainda teve espaço para ironias. O vereador Aero Cruz pediu mais calma nos debates, provocando risos no plenário: “Só peço para diminuir a cobrança à governadora, porque quando isso acontece o vereador Ronaldo fica nervoso e dá essa confusão toda.”
Apesar das críticas da oposição e das defesas entusiasmadas da base, o projeto foi aprovado e avança como marco para a construção do orçamento de 2026 em Petrolina.
