Câmara de Petrolina discute LOA e PPA em audiência pública, com críticas e defesa de ações

0

A Câmara Municipal de Petrolina realizou, na manhã desta quinta-feira (24), uma audiência pública para debater a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 e a Revisão do Plano Plurianual (PPA). A previsão orçamentária para o próximo ano é de R$ 2,08 bilhões, tema que gerou intensas discussões entre os vereadores, divididos entre críticas da oposição e defesa dos projetos pelo governo.

O líder da oposição, Gilmar Santos, fez duras críticas à gestão, destacando problemas na saúde, educação e assistência social. “A população está adoecida. Quem procura as unidades de saúde é humilhado pelo péssimo atendimento. Muitos dos servidores, principalmente contratados, estão sob pressão para fazer campanha para o prefeito, caso contrário, perdem o emprego. Temos R$ 2 bilhões e uma cidade atrasada, com caos na saúde e educação. Não há valorização dos servidores, faltam equipamentos, a assistência social não funciona, e os Cras estão sobrecarregados, com cinco profissionais para atender 60 comunidades”, afirmou Gilmar. Ele também criticou a falta de metas claras no orçamento: “Cadê as metas? Quantas escolas serão construídas? Não há detalhamento algum. O gabinete do prefeito tem quase R$ 50 milhões, enquanto o povo não tem direito à saúde, habitação e cultura”.

Outro ponto levantado por Gilmar foi a intenção da oposição de acionar o judiciário para questionar a falta de transparência no orçamento. “Em outras câmaras, há metas claras e detalhadas. Aqui, não temos nada disso. Vamos entrar com uma ação no judiciário para exigir o devido detalhamento e discutir com a população”, completou.

O vereador Ronaldo Silva também criticou a alocação de recursos, questionando os valores destinados a secretarias como a de Governo e Desenvolvimento Econômico. “São 15 milhões para a Secretaria de Governo, para quê? O que esse valor representa para o povo de Petrolina? Deveriam direcionar esse dinheiro para saúde e segurança, áreas que realmente precisam”, declarou.

Em defesa da gestão municipal, o vereador Zenildo Nunes destacou os avanços feitos na cidade e afirmou que os recursos são necessários para continuar o desenvolvimento de Petrolina. “Estamos prontos para aprovar esse orçamento porque nossa cidade precisa de mais investimentos. Em áreas como agricultura, segurança e social, o prefeito Simão Durando aumentou os recursos. Ainda há muito a ser feito, e esses R$ 2 bilhões são insuficientes para atender a demanda de uma cidade que só cresce”, afirmou Zenildo. Ele também ressaltou as obras de infraestrutura, como perfuração de poços e construção de adutoras, que têm beneficiado as áreas rurais do município.

O líder da situação, Diogo Hoffmann, defendeu o processo de elaboração do orçamento e a transparência da gestão. “Esse orçamento não é imposto pela prefeitura, ele é construído com a participação popular, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. A população foi convidada a contribuir com sugestões através de formulários online, e todas as etapas foram cumpridas de acordo com a lei”, explicou. Hoffmann destacou ainda o aumento de recursos para a segurança pública, com R$ 56 milhões destinados à área, e fez um apelo por mais policiamento em Petrolina, em razão do aumento da criminalidade.

Girleide Custódio, secretária executiva de Orçamento, também respondeu aos questionamentos dos vereadores, reforçando que o projeto de lei orçamentária cumpre todos os requisitos legais e foi elaborado com a participação da população. “Disponibilizamos um formulário online por mais de 30 dias, e a população foi incentivada a participar e enviar suas demandas. O projeto foi entregue na íntegra a esta Casa, com todos os relatórios necessários”, afirmou.

Os vereadores têm até o dia 19 de novembro para apresentar emendas aos projetos, que serão votados em breve.