Câmeras de segurança e subsídio nas passagens são caminhos para melhorar mobilidade em Petrolina, segundo Franklin Alves

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Em entrevista ao programa Nossa Voz nesta quarta-feira (6), o diretor-presidente da Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (Ammpla), Franklin Alves, discutiu ações para melhorar a mobilidade urbana na cidade, especialmente diante de queixas de congestionamento e de uma percepção de queda na fluidez e segurança no trânsito. Alves detalhou as medidas em curso, que incluem reforço nas obras viárias, presença de agentes de trânsito e, futuramente, a instalação de câmeras de segurança em pontos estratégicos.

“A estrada do Jatobá, por exemplo, foi um trecho que passou recentemente por obras e concluímos o trabalho há cerca de 20 dias. Em casos assim, fazemos questão de colocar agentes de trânsito para monitorar e auxiliar na fluidez do tráfego. Em obras conduzidas diretamente pela Ammpla, como essa, a presença dos agentes é constante. Já nas demais obras na cidade, tentamos alocar agentes sempre que possível, mas especialmente nas realizadas por nós mesmos, o acompanhamento é assegurado”, explicou.

Alves também ressaltou a importância de manter agentes nas proximidades de escolas, reforçando o compromisso com a segurança viária, especialmente para crianças. “Em Petrolina, há uma rotatividade planejada para que, nas escolas de grande porte, sempre haja um agente de trânsito ou um de Educação de Trânsito. A ideia é assegurar que esses pontos, que têm um alto fluxo de crianças e jovens, sejam supervisionados e seguros. Essa atuação é praticamente uma norma para a Ammpla e é intensificada em locais que apresentam um histórico de problemas”, afirmou.

Outro ponto abordado na entrevista foi o impacto das obras de mobilidade que acontecem simultaneamente nas travessias urbanas de Petrolina e Juazeiro. Questionado sobre os transtornos enfrentados pela população, Alves reconheceu as dificuldades, mas explicou a complexidade envolvida na gestão de obras que dependem de vários órgãos.

“É impossível realizar uma obra sem causar algum transtorno. Temos várias entidades envolvidas; por exemplo, a Estrada das Bananas é de responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), um órgão estadual. Embora a Ammpla busque atuar em parceria, nossa intervenção é limitada às nossas competências. Em áreas federais, como as BRs, é a Polícia Rodoviária Federal (PRF) que atua, e, para darmos apoio, é preciso um acordo de cooperação. Assim, articulamos com diferentes órgãos para minimizar os impactos das obras, mas o processo é complexo, e precisamos de mais pessoal para apoiar obras de grande porte, como essa”, explicou.

Alves abordou também a questão das passagens de ônibus, um tema que, segundo ele, não afeta apenas Petrolina, mas todo o país. Ele destacou o impacto dos altos custos de manutenção do transporte urbano sobre o valor das tarifas e discutiu a possibilidade de subsídios como uma solução a longo prazo.

“O custo de manutenção de qualquer transporte urbano é elevado. Para conseguir reduzir o preço da passagem, seria necessário reduzir o custo de insumos, como diesel e pneus, ou subsidiar as tarifas, prática comum em cidades de grande porte. Em Petrolina, que tem características de uma cidade de médio a grande porte, essa questão do subsídio está em discussão, mas o custo de um transporte de qualidade é realmente alto. Só para ter uma ideia, um ônibus com ar-condicionado pode chegar a custar R$1,3 milhão. Atualmente, a tarifa em Petrolina é de R$5, e estamos estudando uma maneira de reduzir esse valor, mas sem comprometer a qualidade do serviço”, afirmou.

Em relação à segurança nas vias, Alves anunciou que a Ammpla pretende instalar câmeras de segurança em avenidas que registram um alto índice de acidentes, como a Avenida Simão Durando e a Avenida São Francisco. Segundo ele, a instalação das câmeras visa não apenas à segurança pública, mas também à fiscalização de trânsito.

“A ideia é instalar essas câmeras até o início do próximo ano em pontos críticos. Essas câmeras de segurança pública poderão ser utilizadas também para fiscalização. Identificamos que, quando há viaturas nesses pontos, os acidentes diminuem, mas, na ausência delas, os acidentes voltam a ocorrer com frequência. A expectativa é que, com essas câmeras, consigamos reduzir a ocorrência de acidentes, principalmente nessas grandes avenidas, onde o risco é maior”, declarou.