“Carne de bode vendida em feiras livres de Petrolina estava contaminada com bactéria”, confirma pesquisa Univasf

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Foto-Arquivo-Embrapa

A qualidade da carne caprina, também conhecida como carne de bode, comercializada em Petrolina (PE), está sendo avaliada em uma pesquisa da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O objetivo é verificar se a proteína tem a quantidade de microorganismos permitidos pela legislação brasileira.

O estudo aborda itens como qualidade de produtos de origem animal, segurança alimentar, qualidade microbiológica, contaminação alimentar, agentes antibióticos, bactérias multirresistentes e faz um comparativo entre as carnes comercializadas em feiras livres, mercados e açougues na cidade.

O estudo, realizado entre 2019 e 2020, aponta que 35% das amostras de carne comercializadas em feiras livres estavam com contagem de bactérias mesófilas aeróbias acima do limite estabelecido pela normativa brasileira, enquanto nenhuma das amostras comercializadas em mercados e açougues ultrapassou esse limite.

Também foi observado que 65% das amostras de feiras livres e 75% das amostras de mercados e açougues estavam contaminadas com a bactéria Staphylococcus aureus, que pode produzir substâncias responsáveis por intoxicação alimentar. Ao comparar as carnes comercializadas nas feiras livres e nos mercados e açougues, constatou-se que o nível de contaminação é semelhante.

Outro resultado destacado na pesquisa mostrou que 25% das amostras, tanto de feiras livres, como de mercados e açougues, tiveram contaminação pela bactéria Salmonella. Os pesquisadores ressaltam que a legislação brasileira não permite a presença dessa bactéria em amostras de carne, pois ela pode causar intoxicação alimentar e, em casos raros, pode provocar grave infecção e morte do indivíduo contaminado, sendo responsável pela zoonose (doença transmitida por animais aos humanos) conhecida como Salmonelose.

O estudo resultou na dissertação de mestrado da egressa Juliana Oliveira de Miranda, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias no Semiárido (PPGCVS) da Univasf.

(Foto: Arquivo/ Embrapa)