A entrevista coletiva concedida na manhã desta quarta-feira (12) pelo secretário de Defesa Social de Pernambuco, Humberto Freire, trouxe alguns pontos diferentes das informações veiculadas desde o início das investigações do assassinado de Beatriz Angélica Mota, ocorrido em dezembro de 2015 em uma escola particular de Petrolina. Além do crime ter autoria única e não cinco suspeitos como foi divulgado pela própria Polícia Civil em março de 2016, a quantidade de facadas que resultaram na morte da menina e a motivação para o homicídio também causaram surpresa.
Acompanhe os trechos da fala do secretário:
Único autor
“A pessoa é exatamente aquela, não há outros suspeitos como se ventilou anteriormente. Ele já detinha a faca, informou que circulou durante algum tempo e as imagens corroboram isso. (…) Ele disse que entrou para tentar conseguir dinheiro, num local que tinham muitas pessoas para poder sair da cidade, já que estava ali de forma transitória e sem recursos para isso. Saiu por meios próprios depois da prática criminal. Não há indicativos, nessa autoria, de outras participações.”.
Motivação
“Foi a escolha da vítima, segundo a investigação, segundo a confissão, foi ao acaso, ele estava transitando e em razão desse desespero momentâneo dela houve a decisão de silenciá-la. Não há indicativo de que haja um complô, ou de outras razões”.
Quantas facadas?
“O laudo tem 42 fotografias de ferimentos. Mas segundo informações, são 10 facadas. 42 fotografias, algumas delas do mesmo ferimento, isso é normal em laudos dessa natureza. 10 facadas, segundo ele praticou e esfaqueou até silenciar”.
Conversa com funcionários da escola
“Aquela imagem estática em que ele está do lado, olhando para aquele grupo de pessoas, foi uma captura de um vídeo. Ele passa por aquele grupo de pessoas e olha para eles. Nesse momento é capturado aquela foto. Ele não conversa com aquelas pessoas, ele passa, olha e segue adiante. O vídeo revela que não há aquela conversa”.
Porque demorou de achar o culpado
“Foi uma investigação muito complexa, dificuldades ocorreram ao longo desses anos e o trabalho vinha sendo feito. Agora, é um trabalho difícil de investigação, não só do ponto de vista da Polícia Civil, mas desde o início, a Polícia Científica também muito dedicada, comprometida, fazendo o que precisava ser feito, do ponto de vista técnico científico, para que a gente pudesse tratar o material genético que fora colhido na arma do crime, a depurar tudo isso e podermos chegar a um nível de qualidade necessário para a inserção no banco de dados, essa confrontação que em 2021 se mostrou, indicando positiva e aí novos exames de confirmação foram procedidos até chegarmos a esse resultado do laudo de ontem”.
DNA não mente
“Segundo o laudo [com o confronto do material genético], é certeza absoluta porque a margem dentro da população existente, como são os laudos genéticos, não deixam dúvidas. Eles categoricamente afirmam que o DNA encontrado é desse acusado e eu volto a dizer, essa prova técnico científica se coaduna com a confissão e com a dinâmica dos fatos que já constavam das gravações e da própria investigação”.