Célia Regina, gestora da GRE, comenta denúncia sobre merenda com larvas

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A comunidade escolar da EREM Professora Osa Santana de Carvalho, em Petrolina, foi surpreendida nos últimos dias por uma denúncia grave envolvendo a merenda escolar. Uma mãe divulgou imagens nas redes sociais mostrando supostas larvas na refeição servida ao filho, gerando indignação entre pais, alunos e educadores. Além da alimentação, a rede estadual tem enfrentado críticas por causa das altas temperaturas nas salas de aula e por paralisações de trabalhadores terceirizados, como merendeiras e vigilantes, que estariam com salários atrasados.

Para esclarecer os acontecimentos e apresentar as ações adotadas pelo Governo do Estado, a reportagem ouviu Célia Regina, gestora da Gerência Regional de Educação do Sertão do Médio São Francisco (GRE Petrolina).

Sobre a denúncia da merenda escolar contendo larvas, Célia afirmou:

“A gente tomou conhecimento do fato também pelas redes sociais. De imediato, a nossa nutricionista e a equipe estiveram pessoalmente na escola, onde foi constatado que naquele dia foi servida a merenda cuscuz com frango e tomate. Tinha umas verduras temperando esse cuscuz e, provavelmente, por ser o tomate um alimento cru, possa ter sido a origem do problema. Talvez tenha passado despercebido pela servidora. Embora a gente, enquanto Gerência Regional, faça fiscalização mensal em todas as escolas, essa escola tem merenda terceirizada e a nutricionista acompanha semanalmente. Infelizmente, a fiscalização não é diária.”

Célia destacou que há controle diário nas unidades escolares e que o acompanhamento externo é feito de forma periódica:

“A fiscalização é semanal, até porque há uma formação continuada. As merendeiras, quando são contratadas, passam por testes e recebem informações sobre boas práticas de manipulação para garantir a segurança alimentar. Existe controle diário dentro da escola. Os órgãos fiscalizadores externos passam semanalmente e a empresa também faz um acompanhamento mensal, além do nosso. Nós já notificamos a escola, foi feito um relatório e todos os encaminhamentos foram tomados. A empresa foi notificada e poderá ser penalizada.”

A gestora reforçou que o caso é tratado com seriedade:

“Temos 84 escolas sob nossa jurisdição e esse trabalho de fiscalização e acompanhamento é muito sério e rigoroso. Infelizmente, aconteceu. E as pessoas têm mesmo que reclamar, porque é inadmissível. A gente acha um absurdo. Isso só reforça ainda mais nossa atuação.”

Em relação à paralisação de merendeiras e vigilantes, Célia Regina explicou que o problema está ligado ao calendário de pagamentos:

“Acho que foi a escola que começou essa questão do pagamento das merendeiras. Houve uma celeuma, houve paralisação. Todo mês, as pessoas começam a se organizar e dizer: ‘Se não pagar, a gente para’. Porque geralmente a empresa paga no quinto dia útil, mas o governo do Estado repassa os valores no dia 30 ou 31. Graças a Deus, isso tem sido normalizado. Estive pessoalmente na Secretaria de Educação levando essa denúncia, tanto da empresa de vigilância quanto da de merenda, e acreditamos que esse desafio está sendo vencido.”

Sobre a reposição das aulas, ela garantiu que a carga horária dos alunos será respeitada:

“Teremos mais sábados letivos. As escolas se organizam, mandam o calendário e nós validamos. A gente não fala mais nem em garantir 200 dias letivos, mas garantimos a carga horária mínima de 1.000 horas. No caso das escolas de tempo integral, pode chegar a 4.500 horas. A escola regular tem cerca de 3.000 horas e isso está sendo assegurado.”

Célia também abordou o tema da climatização das escolas, alvo de críticas da comunidade escolar:

“No final do governo passado, anunciaram a climatização das escolas e enviaram um carregamento de ar-condicionado, mas sem preparar a estrutura. Algumas escolas fecharam salas, jardins, e o resultado foi que faltaram subestações e rede elétrica. Estamos agora concluindo a licitação para aquisição das subestações e também de novos aparelhos. Algumas escolas já têm os equipamentos, mas não têm energia suficiente para ligá-los.”

Ela garantiu que a situação está sendo resolvida:

“A crítica é legítima. Ninguém vai ignorar isso. Estamos acompanhando de perto. O secretário Gilson Monteiro é muito responsável e está trabalhando diuturnamente com a equipe. Já entregamos fardamento, kits escolares e, em breve, tanto as subestações quanto os condicionadores de ar estarão nas escolas que ainda não receberam. Isso está no planejamento da governadora e será entregue com responsabilidade.”

Por fim, Célia criticou obras feitas às pressas em gestões anteriores:

“Tem escola que foi entregue no final de 2022 e já está interditada. Essas obras eleitoreiras são feitas de qualquer jeito. Nós, como profissionais da educação, temos coragem e compromisso para enfrentar e resolver as questões.”

A GRE Petrolina afirma continuar acompanhando de perto a situação nas unidades escolares e que denúncias como a da merenda escolar são importantes para reforçar o controle e aprimorar a prestação de serviços.