A inovação que une ciência, tecnologia e conservação deu mais um passo importante no Sertão pernambucano. Nos dias 23 e 24 de outubro de 2025, a equipe do Projeto e Startup POLLINOVA esteve em campo para realizar a primeira expedição técnica dedicada ao delineamento amostral dos experimentos que irão avaliar a polinização assistida com abelhas nativas sem ferrão em cultivos de manga. O trabalho, conduzido em áreas da empresa Agrodan nos municípios de Belém do São Francisco e Ibó, contou com a presença da pesquisadora do Cemafauna, Dra. Aline Andrade, e reforça a integração entre ciência aplicada e produção agrícola sustentável.
A expedição teve como objetivo definir, junto à equipe administrativa e técnica da Agrodan, as áreas controle e os talhões experimentais que receberão colônias de abelhas nativas. Seis talhões das variedades palmer, keitt e kent foram previamente selecionados para compor o desenho amostral, que recebeu ajustes finais durante a visita. A previsão é de que o posicionamento das colônias aconteça já na primeira quinzena de dezembro, acompanhando o cronograma da chamada “Pernambucanas Inovadoras”, financiada pela FACEPE.
A pesquisadora Aline Andrade destacou a importância da iniciativa para a construção de dados sólidos sobre polinização assistida em fruticultura irrigada. “Foi um momento decisivo para garantirmos que o experimento tenha rigor técnico e representatividade. Trabalhar diretamente com os campos de produção e observar cada detalhe da área nos permite planejar um estudo capaz de gerar resultados consistentes, que beneficiem tanto a ciência quanto os produtores”, afirmou.
Além da atuação da ecóloga de campo, o POLLINOVA conta com a gestão geral da coordenadora do Cemafauna, professora Patrícia Nicola. Ela reforça que o projeto nasce em sintonia com demandas reais do setor produtivo e com o compromisso de promover inovação no semiárido. “Estamos construindo uma solução que dialoga com os desafios do território, valorizando nossas abelhas nativas e mostrando que é possível aumentar a produtividade com responsabilidade ambiental. É o tipo de pesquisa que transforma realidades e fortalece a agricultura sustentável no Vale do São Francisco”, destacou.
A equipe envolvida no trabalho inclui ainda o Dr. Paulo e a agrônoma Maira Novais, responsáveis pela gestão técnica e administrativa da Agrodan, além das colaboradoras Ariane e Adrielly, engenheiras em Agronomia e Ciência da Computação, que apoiam a coleta e organização das informações de campo.
Selecionada para a jornada de pré-incubação da IntecVasf (@intecvasf), a Startup POLLINOVA segue avançando nas etapas de estruturação, prototipagem e validação do modelo de negócio. A iniciativa reforça o potencial do Sertão para desenvolver soluções tecnológicas alinhadas à conservação da biodiversidade e ao aumento da eficiência produtiva. Com a primeira expedição finalizada e as áreas mapeadas, a próxima fase do projeto promete revelar, na prática, como a sinergia entre ciência e inovação pode impulsionar uma agricultura mais inteligente e sustentável no semiárido brasileiro.
Assessora de Comunicação do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna/Univasf)
Fotos: Arquivo Cemafauna



