Chuvas na região devem durar até abril, revela Mário Miranda

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(Foto: Reprodução)

Justificadas pelo fenômeno climático La Niña, as chuvas que assolam o Vale do São Francisco e o Norte baiano devem durar até o mês de abril. A revelação foi feita pelo professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco e doutor em meteorologia, Mário Miranda, que em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (03) destacou as causas do fenômeno. 

“O ano de La Niña é mais favorável às chuvas no Nordeste brasileiro e principalmente quando as águas do Oceano Atlântico, abaixo do Equador, estão mais quentes do que as águas ao norte do Equador. Essa situação forma uma faixa de nuvens chamada de Zona de Convergência do Atlântico Sul. É uma faixa de nuvens que vai desde a Floresta Amazônica, desce e entra no mar. É a junção dessa umidade, das frentes frias que sofrem e também de uma situação que está favorável este ano, que é a posição do centro de pressão, que chamamos de Alta da Bolívia. Então esses ventos gerados pelo centro de alta pressão, passa em cima do oceano e joga mais umidade ainda no continente”, explica Miranda. 

Ainda segundo o meteorologista, esses fatores também determinam o volume das precipitações no Sul da Bahia, onde várias cidades estão em situação de calamidade pública. 

Voltando as atenções para o Vale do São Francisco, Mário Miranda reforça que a estação chuvosa provavelmente durará até abril, reforçando as perdas listadas na fruticultura irrigada da região. “Esse primeiro semestre é uma situação que, dentro das previsões, vai continuar tendo ocorrência de chuvas e consequentemente pode causar esse dano à cultura da uva. Se usa uma cobertura de plástico que ameniza um pouco, mas necessariamente não impede que essas chuvas possam prejudicar essa cultura”. 

Em contrapartida, as notícias são favoráveis para os produtores das áreas de sequeiro. “Pelo outro lado, temos o pessoal, que é a gente maioria, os produtores de área de sequeiro, onde o abastecimento vem de água natural. Este ano é favorável a essa segunda classe de produtores. Nós vamos continuar tendo essas, segundo as previsões, até o mês de abril, às tendências, se não houver uma mudança significativa  dessas condições que estão muito favoráveis, nós teremos essa continuidade de chuvas no semiárido brasileiro e não vai ser diferente na nossa região”, destacou o professor.