A falta de pagamento aos médicos anestesistas levou à suspensão das cirurgias na UPAE Petrolina em Pernambuco. De acordo com a Dra. Claudia Beatriz, secretária-geral do Simepe, a situação é delicada, pois há cerca de 16 semanas sem realizar cirurgias devido à falta de pagamento por parte da Fundação Gestão Hospital Martiniano Fernandes (FGH), organização social responsável pela UPA.
“É uma situação delicada que acontece hoje com a UPAE de Petrolina. Onde está aproximadamente 16 dias sem realizar cirurgias. Os funcionários estariam se retirando do serviço devido à falta de pagamento pela FGH, que é a organização social responsável”, afirma Cláudia.
O sindicato dos médicos realizou negociações com a secretária de saúde e administração do estado, que afirmaram não possuir nenhum débito com a prometeram entrar em contato com o superintendente da organização social para resolver a situação.“Eles falaram que iriam entrar em contato com o superintendente da organização social, para que pudesse então fazer um posicionamento que nós estamos aguardando para o dia de hoje. Há uma estimativa do montante de valores atrasados”, ressalta a secretária-geral.
Segundo os próprios anestesistas, o valor devido ultrapassa 300 mil reais. Esse atraso é impactante, pois há uma demanda reprimida de pacientes aguardando por cirurgias, além da necessidade dos equipamentos e métodos envolvidos não poderem ser suspensos. Apesar de tentarem negociações e apresentarem uma carta informando sobre a possibilidade de desligamento, os médicos anestesistas se afastaram do serviço em junho. “Eles tentaram a negociação, inclusive apresentaram uma carta de intenção desse desligamento. Deram um prazo, então, a carta foi entregue no dia 23 de maio e eles afastaram-se do serviço no dia 23 de junho.”, destaca Beatriz.
A UPAE Petrolina foi inaugurada em 29 de julho de 2023, para prestar atendimento de urgência médica e odontológica, assim como atendimento médico especializado à população dos 7 municípios que compõem a VIII Geres.
“Nós estamos falando de 35 profissionais anestesistas que são especialistas. Então, a região precisa do serviço desses profissionais. Os gestores precisam se sentar e saudar esse passivo porque o trabalho já foi cumprido.”, pontuou.
Não há informações sobre avanços nesse momento, mas a secretária de saúde e administração do estado se reuniram com o sindicato para compreender o que está ocorrendo, já que afirmaram não possuir débitos com a FGH. Para a Cláudia Beatriz a situação poderia ser resolvida com o pagamento. “ Me permita mais, é que os médicos procurados, procuraram no semestre, eles externam a intenção de prestar os seus serviços de continuar a trabalhar, mas eles precisam ter uma proposta com relação ao seu pagamento”, destacou.
Além da UPA Petrolina, existem outros equipamentos de saúde geridos pela FGH em outros municípios do estado. É preocupante saber que há denúncias de superlotação e filas de espera em outras unidades, o que impede a realização das cirurgias programadas.
Sobre a Administração da UPAE Petrolina
A Unidade de Pronto Atendimento e de Atenção Especializada de Petrolina – UPAE Dr. Emanuel Alírio Brandão – é administrada pela Fundação de Gestão Hospitalar Martiniano Fernandes (FGH), e tem como objetivo atender às necessidades terapêuticas dos pacientes, primando pela melhoria na qualidade da assistência, assim como prestar assistência à saúde aos usuários do SUS da Macrorregião de Petrolina e VIII Regional de Saúde (GERES).
Até o momento não tivemos retorno do FGH.