Uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Fundo Internacional da Desenvolvimento Agrícola (FIDA) está propiciando a micropropagação de palmas forrageiras resistentes à Cochonilha do Carmim, uma praga que causa sérios danos à cultura. As atividades, que incluem pesquisa e produção de mudas, estão sendo desenvolvidas pela Fundação Facev da Universidade Federal de Viçosa (FACEV/UFV).
O projeto, que conta com investimentos da ordem de R$ 11,9 milhões, prevê ações como a multiplicação, em laboratório, de cultivares resistentes, uma etapa que já está em andamento. Em setembro, a equipe técnica da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf visitou locais de micropropagação de mudas no campus da UFV, acompanhada por consultoria externa do Mapa.
Posteriormente, o projeto deverá executar a distribuição de mudas em municípios do Semiárido e a capacitação de pequenos produtores dessa região, sobretudo de caprinos, ovinos e bovinos, para aproveitamento eficiente da reserva de água existente, bem como a instalação de sistemas de irrigação por gotejamento, necessários ao cultivo das cactáceas.
A palma forrageira é o principal alimento utilizado pelos agricultores do Semiárido para alimentar seus rebanhos, principalmente em períodos de estiagem. É amplamente cultivada na região devido às suas características de adaptação a solos rasos, deficientes em água e matéria orgânica. Apesar de robusta, a palma está sujeita ao ataque de pragas e doenças.
“Acreditamos que o projeto poderá contribuir para a manutenção dos rebanhos e a permanência dessas famílias em suas terras, minimizando prejuízos socioeconômicos que possam vir a afetar essa população”, aposta a gerente de Apoio à Produção da Codevasf, Andrea Sousa.
Ao longo do projeto, a expectativa é que sejam produzidas 5 milhões de mudas de palma forrageira em laboratório, com ênfase em variedades tolerantes à Cochonilha do Carmim. No total, 205 municípios da região semiárida – área de abrangência do Projeto Dom Helder – deverão receber mudas provenientes dos viveiros de aclimatação. “Ao final deste ano, iniciaremos a montagem do primeiro polo em Água Branca, Alagoas, para recepção das primeiras mudas”, projeta o engenheiro agrônomo Vinícius Ribeiro, doutor em Solos e Nutrição de Plantas e pesquisador da UFV.
“Ações dessa natureza reforçam o compromisso da Codevasf no desenvolvimento regional, sobretudo no que se refere à promoção de ferramentas que possibilitem a fixação do homem no campo, geração de emprego e renda, o que, no momento atual, movimentará a economia dessas regiões”, conclui o diretor da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação, Napoleão Casado.
Colaboraram com o projeto, por meio da cessão de materiais para micropropagação e montagem de um banco de diversidade de espécies e cultivares de palma forrageira, a Embrapa Semiárido, a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal da Paraíba (Campus de Areia) e o Instituto Nacional do Semiárido (Campina Grande – PB).