Nesta quarta-feira (24), ao completar os 100 dias de gestão à frente da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro, Alan Jones concedeu entrevista ao programa Nossa Voz. Na oportunidade, ele falou sobre os desafios enfrentados e os avanços da pasta.
Sem apontar culpados, ele detalhou as deficiências da atenção primária, de responsabilidade exclusiva do Município, e colocou a reestruturação da rede como uma das suas principais prioridades. Para isso, Jones assegurou que até junho vai retomar o funcionamento das 32 unidades odontológicas das unidades de saúde, que não estavam em funcionamento. Delas, 20 já tiveram o atendimento restabelecido. Houve também o reordenamento da assistência farmacêutica, com o abastecimento das farmácias básicas e especializadas da cidade.
O secretário de saúde também falou sobre a superlotação vivenciada na Unidade de Pediatria Municipal. Ele reconhece que a estrutura não tem conseguido dar conta das crianças que necessitam de atendimento, mas destacou algumas providências adotadas para reduzir o tempo de espera no local.
“Infelizmente estamos tendo dificuldades, mas algumas ações têm sido feitas. Ontem, por exemplo, eu instalei dois monitores na nossa Sala Vermelha. Que nem era para ter sala vermelha, mas pelo momento a gente precisou criar. Estamos tentando viabilizar mais dois respiradores para que, caso o paciente desestabilize, principalmente aqueles que estão acometidos de síndromes gripais, para que possamos realmente dar uma assistência integral, à contento e estabilizar os nossos pacientes”, relatou, ressaltando que a UPED tem recebido também pacientes da região, cujos municípios não têm condições de cuidar das crianças com agravamento de doenças respiratórias. Alan ainda revelou que foi destacado um novo pediatra para atendimentos de menor gravidade.
Médico licenciado da rede pública municipal, o secretário aponta que quase todas as unidades contam com equipes completas, com desfalques apenas em caso de férias. Ele também confirma a previsão de realização de concurso público até o final deste ano. A prefeita Suzana Ramos assinou um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público, nós temos sim que realizar um concurso público municipal e estou até sem poder realizar um contrato emergencial e tenho que ofertar o meu quadro de vagas até o próximo dia 30 de junho e a prefeita até o final do ano precisa publicar o edital e concluir as etapas até o meio do ano que vem. Vamos ofertar vagas para todos os profissionais, inclusive os especializados para tentar melhorar essa dessistência”, pontuou detalhando o desfalque na escala de anestesistas na Maternidade Municipal.
“Eu tenho uma escala de anestesia que nunca fecha porque alguns profissionais pediram a exoneração e a gente tem dificuldades, principalmente quando se aproxima final de semana e feriado. Então, eu quero colocar realmente no quadro de vagas uma quantidade suficiente de anestesistas, de maneira que eu não volte a ter esse problema”, complementou. Na lista de vagas para especialistas ainda constam ginecologistas, ortopedistas, reumatologistas, endocrinologistas e psiquiatras.
Alan Jones ainda revela os avanços alcançados com os atendimentos na Policlínica Municipal e fez um comparativo entre a assistência à saúde pública de Juazeiro e de Petrolina. “A gente tem responsabilidades que Petrolina não precisou ter. Sou responsável por toda a minha atenção primária, que é uma prerrogativa nossa, é obrigação constitucional e normativa. Mas eu também sou responsável por uma atenção especializada que não seria minha. Tenho uma UPA que é municipal, a de Petrolina é estadual. Não tenho um Hospital Universitário Federal, tenho um convênio com a Sote, que é um parceiro nosso. Eu tenho uma Unidade de Pediatria e uma Maternidade que são Municipais. Uma hora a conta não vai fechar”.
Questionado sobre o financiamento do Governo da Bahia, Jones aponta a existência do Hospital Regional e a perspectiva de inauguração de uma maternidade estadual. “Mas na última reunião que tivemos com o subsecretário de estado, dr. Paulo, ele disse que a gente não espere menos de um ano para inaugurar aquela casa de saúde”. Segundo o secretário de saúde, a contrapartida do Estado na Maternidade de Juazeiro chega a até R$ 700 mil, com uma despesa de até R$ 2,5 milhões, para assistir a cidade e toda a rede PEBA.
Alan Jones ainda parabenizou a equipe de saúde pela recuperação de 10 carros de frota própria, a recuperação de cinco macas e existe a previsão de chegada de mais cinco desses equipamentos. Há a expectativa também da chegada de equipamentos para a realização de tratamento dos bebês que necessitam de fototerapia. “Além da gente ter, num prazo de 100 dias, inaugurado cinco casas de saúde. São três UBS, já inauguramos a UBS do Dom Thomaz, inauguraremos na próxima quinta-feira (25), a UBS do Jardim Flórida e na próxima quinta, dia 01, vamos inaugurar a UBS do Jardim Vitória e Penha”. Da mesma forma que entregamos um Cerest totalmente requalificado, com carro 0km, que assiste não só a cidade de Juazeiro, mas 10 cidades. E na quinta passada, contemplando a área de saúde mental, a gente requalificou e entregou um CAPS AD III, totalmente novo e somente a partir dessa inauguração a gente pode restabelecer o atendimento 24h, que é uma forma integralizar, desinstitucionalizar, ressocializar esses pacientes que são precisam e são aportados pela saúde pública de Juazeiro”.