Com a presença dos servidores, vereadores reprovam audiência pública para solucionar atrasos de salários na Facape

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Um grupo de professores e servidores da Facape esteve presente na Câmara Municipal de Petrolina na manhã de hoje (15). Eles buscaram apoio dos vereadores na luta pela regularização salarial da categoria, que desde outubro não recebem os vencimentos de forma pontual. 

Na oportunidade, o vereador Gilmar Santos tentou viabilizar, junto a mesa diretora, o uso da tribuna por dois representantes deste grupo, mas foi vetado pelo presidente Aero Cruz. Na justificativa, Cruz reforçou que os pedidos precisam ser protocolados com antecedência, conforme o Regimento Interno da Câmara. 

Gilmar Santos contra argumentou citando episódios recentes, onde representantes da enfermagem se pronunciaram durante a sessão sobre a importância da aprovação na Câmara dos Deputados da Lei que institui o piso nacional da categoria. Ele também relembrou a participação dos mototaxistas na tribuna da Casa. 

Em resposta, Aero afirmou que Gilmar aproveitava a presença da plateia para dar “showzinho” e lembrou que  as enfermeiras estavam devidamente agendadas. Quanto aos mototaxistas, o pronunciamento dos representantes da categoria não foi autorizado por ele. 

Com a primeira etapa dos embates ocorridos na casa findada, houve a aprovação dos requerimentos e indicações feitos pelos parlamentares. Entretanto, o requerimento de nº 084/2022, de autoria de Gilmar Santos, foi votado em destaque, atendendo a solicitação do líder da situação, Diogo Hoffmann. No documento, Santos solicitava a realização de uma audiência pública “para  discutir e encaminhar soluções sobre os problemas financeiros e administrativos da Autarquia educacional do Vale do São Francisco – AEVSF, mantenedora da Faculdade de Petrolina – FACAPE” para debater os atrasos de salários relatados pelos funcionários da instituição de ensino. 

“A gente já relatou em sessões anteriores, o quanto é grave e triste a situação destes servidores que estão desde outubro sem receber pontualmente as suas remunerações. O salário de outubro foi pago em novembro, os salários de novembro e dezembro vieram em com atraso. Esses servidores não receberam férias, não receberam os salários de janeiro e nem de fevereiro e não há nenhuma garantia de que o salário de março seja pago adequadamente. Ou seja, é uma situação muito grave que obviamente tem que comprometer essa Casa Legislativa e a Prefeitura Municipal de Petrolina, afinal, estamos falando de uma autarquia municipal vinculada a administração pública do nosso município”, reforçou. 

A iniciativa foi criticada pelo líder da situação, que acusou Gilmar de fazer palanque político com a situação financeira da faculdade. “A Facape é um patrimônio da cidade de Petrolina. Ela representa os valores mais elevados de excelência em busca de conhecimento.  Nós temos nesta casa vereadores formados pela Facape, ou tem familiares formados por ela e por conta disso, não é justo que nesta situação difícil que a Facape passa, na qual perdeu nos últimos dois anos mais de mil alunos, que a situação dos servidores, professores e técnicos seja usada como palanque político por vereadores que tem pretensões eleitorais em 2022”, apontou, relembrando de Santos é pré-candidato a deputado estadual. 

Diante disso, o oposicionista rebateu e mandou Diogo Hoffmann ter vergonha na cara. “Quando é conveniência desses vereadores, eles fazem o debate aqui para defender interesses. Quando se trata de uma audiência pública, que é um instrumento que esta casa deve utilizar para oportunizar a comunidade de ser ouvida, de poder se colocar e ouvir, eles mudam a narrativa. O senhor deveria ter vergonha na cara quando utiliza essa expressão de que a gente, quando propõe uma audiência pública, está querendo tirar algum proveito. De uma audiência pública, quem tira proveito é a comunidade que vai ter a oportunidade de debater nesta casa”.  

Apesar do debate acalorado, o requerimento de Gilmar Santos foi reprovado por 10 votos a cinco. Votaram a favor da audiência pública os vereadores: Júnior Gás, Samara da Visão, Gilmar Santos, Marquinhos do N4 e Capitão Alencar. A favor votaram contra: Maria Elena, Major Enfermeiro, Osório Siqueira, Diogo Hoffmann, César Durando, Zenildo Nunes, Edilsão do Trânsito, Rodrigo Araújo, Josivaldo Barros, Marquinhos Amorim. O vereador Ruy Wanderley se absteve da votação.