Apesar do baixo efetivo, policiais civis e militares de Pernambuco foram deslocados para atender chamadas de emergência do número 190. A medida foi autorizada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) após profissionais terceirizados paralisarem as atividades por falta de pagamento de salário.
A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), nesta quarta-feira (13), por meio das redes sociais.
“Nesse mês de dezembro, os funcionários terceirizados da SDS, responsáveis pelos atendimentos do 190, estão em greve por falta de pagamento de salários e, como pronta resposta, o governo removeu 15 policiais civis de delegacias para o CIODS (Centro Integrado de Operações de Defesa Social). Nas delegacias esses policiais atendiam ao público com registros de boletins de ocorrências e faziam as investigações de homicídios, roubos, estupros. No CIODS, esses policiais atendem telefones”, criticou o Sinpol-PE.
A coluna Segurança apurou que policiais militares também foram convocados e deslocados para a função no CIODS. Eles foram chamados nessa terça-feira e treinados nesta quarta-feira.
“Além de delegacias fechadas, o menor efetivo dos últimos 30 anos, um dos piores salários de polícia do país, o problema apresenta ser muito mais crônico do que aparentemente demonstra e atinge a gestão da segurança pública”, destacou o Sinpol-PE.
DÉFICIT AFETA DELEGACIAS
O déficit histórico de policiais civis e militares já foi abordado inúmeras vezes pela coluna.
No caso da Polícia Civil, o problema resulta no atraso de investigações e no baixo número de delegacias abertas 24h. A maioria só funciona em horário comercial, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
No interior, a situação é ainda mais complicada porque há cidades que não contam com delegacias funcionando à noite e nos fins de semana. O cidadão que precisa registrar uma queixa, a depender do crime, precisa se deslocar até outro município ou esperar o horário comercial.