Com condenações da Lava Jato anuladas por Gilmar, José Dirceu poderá se candidatar em 2026

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O ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu voltou a ser elegível com a decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todas as condenações do político na Lava Jato.

Nesta segunda-feira (28), Gilmar Mendes estendeu a Dirceu os efeitos da suspeição do ex-juiz Sergio Moro em processos contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e anulou os atos processuais assinados por Moro em ações contra o ex-ministro da Casa Civil.

Com isso, José Dirceu volta a ter condições de disputar funções eletivas, como a de deputado federal, que exerceu de 1991 a 2005, quando teve o mandato cassado após o escândalo do mensalão.

Aos 78 anos de idade, José Dirceu ainda não externou a decisão de tentar voltar a disputar uma eleição. Entretanto, aliados do político defendem uma candidatura de Dirceu à Câmara dos Deputados nas próximas eleições.

Em abril deste ano, Dirceu visitou Congresso Nacional para participar de uma sessão solene 19 anos depois de ter sido cassado pela Câmara, em dezembro de 2005.

Em entrevista, evitou falar sobre candidatura e disse que isso só seria discutido e analisado em 2025.

“Quando começar a virar 2025 para 2026, aí vou enfrentar essa questão, se devo ou não ser candidato a algum cargo eletivo, no caso no Congresso. É muito cedo para tomar uma decisão sobre isso”, afirmou o petista na ocasião.

“Não tenho nenhuma intenção de decidir isso sem consultar meu partido, meus companheiros e companheiras e o próprio presidente Lula, se ele me permitir”, acrescentou José Dirceu.

A decisão desta segunda-feira do ministro Gilmar Mendes atinge casos que levaram José Dirceu a ser condenado a mais de 23 anos de prisão por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro em esquemas de corrupção na Petrobras.

Para o ministro do STF, indícios levados ao STF mostram que a mesma falta de isenção de Moro em relação a Lula “também impediu que José Dirceu tivesse direito a um julgamento justo e imparcial”.

Para o magistrado, a anulação dos atos se justifica diante de “indicativos de que juiz e procuradores ajustaram estratégias contra esses réus, tendo a condenação de um deles como alicerce da denúncia oferecida contra o outro”.

A decisão foi criticada pelo ex-juiz Sergio Moro, que atualmente é senador pelo União Brasil, e pelo ex-procurador da força-tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol, que chegou a ser eleito deputado mas foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Moro disse que o “o combate à corrupção foi esvaziado no Brasil sob a bênção do governo Lula (PT)”. Já Dallagnol destacou que Dirceu deve tentar voltar ao Legislativo.

Fonte: G1