Com defasagem salarial e ausência da data base, associação cobra valorização humana no Programa Juntos pela Segurança 

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Em visita pelo Sertão do Estado, os integrantes da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados participaram do Nossa Voz desta segunda-feira (15), onde foi traçado um panorama da segurança pública pelo viés da entidade. 

A associação reconhece os investimentos feitos pelo Governo do Estado na área de segurança tanto na Polícia Militar quanto nos Grupamentos do Corpo de Bombeiros, no âmbito do Programa Juntos pela Segurança.  Entretanto, segundo o presidente, Luiz Torres, a defasagem salarial da categoria que persiste há anos ainda não foi corrigida. “Sabemos que é um plano bom para a segurança, mas é preciso também que seja implantado, dentro desse plano, a valorização humana, que é a nossa reposição salarial. Nós tivemos uma reposição, onde ficamos quatro anos sem receber nada, viemos receber em 2022 um percentual de reajuste que não corresponde a reposição inflacionária e esperávamos com o novo governo, quando ela [Raquel Lyra] anunciasse o ‘Juntos pela Segurança’, também anunciasse um plano de valorização humana, com pelo menos, a reposição [salarial]”. 

Além das pautas financeiras, a Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados ainda defende o aumento do efetivo para a cobertura correta do Estado. “O que foi apresentado, trará mudanças significativas, mas é preciso para que essas mudanças aconteçam que haja o aumento do efetivo. Porque trabalhar com o mesmo efetivo, trazendo estruturas e sem ter o trabalhador para pegar na ferramenta não vai adiantar muita coisa. Hoje, o nosso estado só está funcionando por causa das gratificações, se elas forem retiradas, a segurança vai ficar pior”.

Ainda de acordo com Torres, há a previsão do aumento desse efetivo através da realização de um concurso público com 3.500 vagas, porém, sem previsão de mudanças nas remunerações. “Um soldado, hoje, ingressa ganhando aproximadamente R$ 3.300 e quando ele alcança o ápice na carreira, e é importante destacar que temos cinco faixas salariais na carreira, quando chega no seu ápice ele recebe o salário R$ 4.900 aproximadamente. Então, por aí você já vê que, quando você tira Imposto de Renda e outros tributos, você fica defasado. O soldado ganha no salário líquido cerca de dois salários e meio depois dos descontos. E isso quando ele chega ao ápice”. 

A falta de uma data-base para reajuste também complica a situação. “Nós sempre estamos em campanha salarial porque a categoria da Polícia Militar não tem uma data base, então nosso reajuste pode acontecer de janeiro a dezembro. Criou-se um mito, na época de Eduardo Campos, que quando assumiu o governo estabeleceu que o reajuste da PM aconteceria sempre em junho. Assim, criou-se esse mito de que a nossa data base seria junho. A gente tem que trabalhar sobre os percentuais apontados pelo IPCA, para correr atrás da reposição”.