Com cerca de 28 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 prestes a vencer, o governo brasileiro ofereceu ao menos 5 mil imunizantes da Astrazeneca para a Ucrânia e mais uma quantidade não informada ao Paraguai.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o Ministério da Saúde informou que o país vizinho recusou a oferta do Brasil, enquanto o governo de Volodimir Zelenski ainda não se manifestou.
Ainda segundo o jornal, as informações sobre a doação das vacinas foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 26 de junho, no escopo de um processo que cobrava providências do governo Bolsonaro para que as doses prestes a vencer não fossem perdidas.
O caso foi apresentado ao STF pela Rede Sustentabilidade, após publicação de reportagem da Folha sobre 26 milhões de unidades da Astrazeneca e 1,92 milhão de doses da Pfizer que vencem entre julho e agosto.
O pedido dizia que, caso não fosse possível aplicar as vacinas na população brasileira, elas deveriam ser doadas imediatamente a outros países necessitados, seguindo critérios técnicos e parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para justificar a não aplicação das doses em estoque no país, a diretora do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Cássia de Fátima Fernandes, disse na nota técnica entregue ao STF que “”um número expressivo de pessoas que já poderiam ter completado seu esquema vacinal ou recebido a primeira dose, mas que ainda não foram aos postos de saúde”.
“A ausência de cumprimento do esquema vacinal completo prejudica não apenas a imunização, mas também causa impactos negativos no uso dos quantitativos de vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde. Portanto, é importante que a população se conscientize da importância de cumprir o esquema vacinal e das doses de reforço”, afirmou o órgão ao STF.
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