Com foco no interior do estado, Secretaria da Mulher de Pernambuco reforça rede de proteção e prepara conferência estadual

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Gestão de Juliana Gouveia amplia visibilidade das mulheres artesãs, fortalece acolhimento a vítimas de violência e cobra criação de fundo nacional para políticas de gênero

A Secretaria da Mulher de Pernambuco completa um ano sob a gestão de Juliana Gouveia com um foco claro: interiorizar políticas públicas, fortalecer a rede de enfrentamento à violência contra a mulher e promover a autonomia econômica feminina. Neste mês de julho, a pasta intensifica sua agenda com a participação na Fenearte e os preparativos para a 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres.

Em entrevista, Juliana Gouveia destacou que um dos maiores desafios da gestão é fazer com que as vítimas de violência consigam acessar a rede de apoio antes que a agressão escale para casos mais graves.

“A maior parte das mulheres que sofrem violência ainda não chega à rede de atendimento. Precisamos agir antes que a violência se torne feminicídio”, afirmou a secretária.

Segundo ela, a secretaria tem investido na capacitação de profissionais que atuam diretamente no atendimento às vítimas. O projeto “Acolhimento Redes”, em parceria com o Sistema de Justiça e órgãos de segurança, oferece formação para CREAS, CRAS, policiais civis e militares, guardas municipais, corpo de bombeiros e outras instituições envolvidas na proteção das mulheres.

Hoje, Pernambuco conta com casas abrigo nas quatro macrorregiões do estado, com funcionamento 24 horas, destinadas a mulheres em situação de risco, incluindo filhos e familiares próximos.

“Se essa mulher estiver em risco iminente, ela será acolhida. Essas casas garantem alimentação, atendimento médico e acompanhamento psicossocial. Também ajudamos a construir um plano para sua saída com segurança”, explicou Juliana.

A presença da Secretaria da Mulher na Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) também tem sido usada como plataforma de visibilidade para as mulheres artesãs do estado. A ideia é conectar cultura, renda e autonomia financeira para ampliar o protagonismo feminino na economia criativa.

Outro destaque da gestão atual é a preparação para a 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, marcada para o final de agosto. A etapa estadual acontece após a realização das conferências municipais, que devem ocorrer até o fim de julho.

Pernambuco pretende levar 109 representantes à Conferência Nacional, retomada após dez anos sem ser realizada no país.

“Essa escuta das mulheres é fundamental. Estamos garantindo transporte, hospedagem e alimentação para que a sociedade civil participe de forma efetiva”, afirma a secretária.

Um dos principais pontos que o estado pretende defender em Brasília é a criação de um Fundo Nacional de Políticas para as Mulheres, com repasse orçamentário permanente aos estados e municípios — nos moldes do que já ocorre na saúde e na assistência social.

“Hoje, essa política é sustentada com recursos próprios dos estados e municípios. Muitos nem têm Secretaria da Mulher estruturada. Sem orçamento federal contínuo, a política pública não se sustenta”, alertou Juliana.

Desde março, a Secretaria da Mulher passou a funcionar em novo endereço, no térreo de um prédio no Marco Zero do Recife. A mudança garante mais visibilidade e acesso para mulheres que buscam atendimento.

“É um prédio com sinalização clara. Estamos de portas abertas para acolher mulheres em situação de violência, mas também para orientar gestoras municipais, sociedade civil e mulheres que buscam informações ou apoio.”