Pipeiros de 24 municípios de Pernambuco e da Bahia estão reunidos em frente ao Batalhão do 72° BI realizando uma manifestação na manhã desta quarta-feira (17). A categoria reivindica pagamentos atrasados, datados desde a metade do mês de Novembro de 2020 referentes aos serviços prestados à Operação Carro Pipa, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional e executados pelo Exército.
Em entrevista à repórter Karine Paixão, do programa Nossa Voz, O pipeiro José Nogueira, de Casa Nova (BA), narra que está desde o mês de novembro sem receber e que não tem mais condições de continuar fornecendo o serviço a diversas comunidades do município. “Em 13 anos como pipeiro nunca passei uma situação dessa. Além de não poder colocar o caminhão pra fazer outros serviços, porque somos obrigados a ficar de sobreaviso e atender ao Exércitom ainda estamos sem receber os pagamentos. Infelizmente quem fica no sofrimento é quem depende de água e nós, pipeiros, então estamos precisando de alguém que nos dê um posicionamento”, diz.
O deputado Estadual Zó, de Juazeiro (BA), também participou da manifestação e afirmou que já buscou informações junto ao Governo Federal, mas as informações estão desencontradas.”Estamos em busca de respostas, tentando uma agenda com o Exército ainda hoje, para garantir um posicionamento. Os pipeiros precisam saber sobre os contratos que estão sendo executados e alguns contratos que estão sendo assinados para os próximos meses sem saber como serão pagos estes em aberto. Estes trabalhadores fazem investimentos nos seus caminhões, têm contas a pagar e precisam de retorno urgente”, defende.
No último dia 26 de fevereiro, o MDR enviou nota à Imprensa informando que não estava sendo possível realizar os repasses integrais e regulares para a Operação Carro-Pipa Federal (OCP) em decorrência do Projeto de Lei Orçamentária Anual – 2021 (PLOA) ainda não ter sido aprovado pelo Congresso Nacional.
Nos meses de janeiro e fevereiro, a Pasta, por meio da Defesa Civil Nacional, conseguiu realizar o repasse emergencial de R$ 89,7 milhões, que foram descentralizados ao Exército Brasileiro (EB) – responsável pela execução do serviço.
Em decorrência do atraso no repasse, 260 municípios já tiveram o atendimento suspenso e a partir de 1º de março, a Operação teve suas atividades paralisadas em 100% dos municípios.
A nota afirmava ainda que “o MDR e o Ministério da Economia buscam alternativas no âmbito do Governo Federal para possibilitar a execução da Operação em sua integralidade e evitar prejuízos à população”.