Em menos de um mês à frente da administração da Facape, a atual gestora da instituição, Larissa Soeiro, esteve no programa Nossa Voz desta quarta-feira (1) para fazer um balanço da situação administrativa, financeira e pedagógica da faculdade.
Larissa Soeiro contou que a prioridade no momento é quitar os salários dos professores e servidores da instituição. “A Facape está há três meses com o salário dos professores e servidores técnicos em atraso, entrando aí no quarto mês. Mas já anunciando que esse mês de maio será pago até o dia 5 do mês útil, estamos quitando 50% do salário de fevereiro também, em junho”, explicou.
Questionada sobre já ter identificado os motivos da crise financeira da faculdade, Larissa contou que ainda é cedo para afirmar uma atribuição responsável. “Nessas três semanas de atuação ainda é muito imaturo falar. Estamos pegando todos os dados e informações, que não são fáceis, pra gente ter uma análise criteriosa e poder afirmar o que vem levando esse processo de déficit da instituição”, explicou.
Para manter o bem estar dos professores da instituição, que já estavam com salários atrasados, a Facape decidiu continuar com as aulas remotas, evitando gastos extras com locomoção e alimentação. Para o programa Nossa Voz, Larissa contou que, após as férias, as aulas da instituição voltarão de modo presencial. “Nós já estamos com a previsão para iniciarmos as aulas presenciais já no próximo semestre. Queremos dar tranquilidade não só para os alunos mas com a comunidade no geral, como os pais que investem na educação dos seus filhos. A Facape é uma das grandes instituições que está há mais de 46 anos formando grandes profissionais”, contou.
No mês de abril, a diretoria da Facape foi à Câmara Municipal apresentar relatório financeiro da instituição. Lá, o diretor Antonio Habib afirmou que tinha “projeção de receita a partir do curso de medicina que vai transformar essa realidade de hoje da Facape”. O curso estaria previsto para iniciar no segundo semestre deste ano, mas, após reuniões com a nova diretoria, ficou decidido adiar o vestibular.
“O curso de medicina já é um fato, não tem como a gente retroceder. Assumimos a instituição no dia primeiro de maio, e já tivemos que tomar essa decisão de adiar o vestibular. Adiamos porque é um curso que não precisa apenas de salas de aulas, precisamos comprar maquinário, laboratórios, e tudo isso requer um tempo. Somos uma instituição pública e precisamos passar por um rito processual”, disse.
Com uma dívida de R $3 milhões, Luciana afirmou que o curso de medicina não é o responsável pela retomada financeira da instituição. “ Tinha algo para estruturar mas como nós assumimos a intervenção, percebemos que não tínhamos como finalizar todo esse procedimento e receber os alunos no início de agosto. Para manter a segurança da Facape e dos estudantes, teve que haver esse adiamento do vestibular. O curso de medicina não veio para salvar a instituição, claro que tem um aporte maior, mas não podemos dizer que irá salvar, ele também tem os seus custos. Precisamos equipar esses custos, claro, que no decorrer ela vai ter um saldo maior que os outros cursos, mas precisamos investir”, afirmou.