A sessão da Câmara de Vereadores de Petrolina nesta terça-feira (19) foi marcada por debates sobre os impactos da duplicação da Avenida Honorato Viana nos comerciantes locais. Representando os empresários, Teba Durando relatou os transtornos enfrentados desde o início da obra, em março de 2023, destacando dificuldades de acesso, prejuízos financeiros e insegurança para pedestres. Ele classificou a situação como “um verdadeiro caos”:
“Muitas vezes, ao chegarmos pela manhã para abrir as nossas empresas, nos deparamos com máquinas e buracos em frente aos estabelecimentos, dificultando o acesso. Há uma grande dificuldade para pedestres transitarem ou utilizarem a avenida com segurança. Essa situação é grave e já se transformou em um verdadeiro caos.”
Teba também mencionou uma reunião recente com representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Compesa e Prefeitura de Petrolina. Apesar das promessas verbais de celeridade na obra, ele lamentou a ausência de um registro formal do encontro:
“Ficou acertado verbalmente que a Compesa iniciará nesta quarta-feira a execução dos serviços de água e esgoto no trecho crítico. Após essa etapa, o Dnit dará continuidade à obra de forma modulada, com previsão de 100 dias para concluir o trecho entre o novo viaduto e as lojas atingidas. Porém, nada foi colocado em ata, nem assinado pelos participantes.”
O vereador Ronaldo Silva questionou a falta de planejamento e de articulação entre os entes governamentais antes do início da obra. Ele apontou os custos elevados das adequações e a lentidão no processo, além de criticar a postura da gestão municipal.
“Será que quem fez o projeto não sabia que tinha postes na Avenida? Não sabia que precisava de drenagem, água, esgoto? Por que não chamaram o Governo do Estado para ser parceiro antes? Hoje, só resolvem do viaduto até os olhos, mas e o resto da Avenida? Como será feito? Enquanto isso, os empresários estão quebrando, dispensando funcionários. Como vão sustentar suas famílias?”
Em resposta, o líder do governo na Câmara, Diogo Hoffmann, defendeu os esforços da gestão municipal para minimizar os impactos e destacou a importância da obra para a mobilidade urbana.
“Todos nós somos favoráveis ao progresso e ao desenvolvimento. Essa obra, quando concluída, será um grande avanço para a mobilidade urbana. No entanto, enquanto o Dnit não apresenta uma solução definitiva, a Prefeitura tem atuado nas vias laterais para facilitar o acesso.”
Ele também reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos lojistas e pediu mais articulação com os governos federal e estadual para acelerar o processo:
“Estamos tratando de vidas, empregos, empresários que estão fazendo um esforço gigantesco para não demitir colaboradores e manter o pagamento de seus funcionários em dia.”
Comissão de obras em foco
A atuação da comissão de obras da Câmara também foi questionada. Maria Elena de Alencar, presidente do grupo, rebateu as críticas do vereador Ronaldo Silva, afirmando que nenhuma solicitação formal foi encaminhada à comissão para inspeções.
“Antes de criticar, é necessário formalizar as demandas. Nunca chegou nada dirigido à Comissão de Obras, e eu jamais me negaria a atender uma solicitação. A crítica construtiva é importante e ajuda na resolução dos problemas, mas jogar pedras sem fundamento apenas destrói entendimentos.”
Encaminhamentos e perspectivas
Os vereadores se comprometeram a acompanhar de perto o andamento da obra e buscar soluções conjuntas para mitigar os prejuízos. Apesar de ser considerada essencial para o progresso da cidade, a duplicação da Avenida Honorato Viana ainda gera polêmicas e desafios. A Câmara reforçou o compromisso com os comerciantes e moradores, garantindo que continuará pressionando os responsáveis para a conclusão do projeto.