Em média, 400 vazamentos de água limpa e mais de 1.600 consertos na rede de esgoto mensalmente. Esses números foram apresentados nesta segunda-feira (2) pelo gerente Regional da Compesa em Petrolina, João Raphael de Queiroz no Nossa Voz. Durante a entrevista, o gerente explicou porque em algumas áreas do municípios os vazamentos de água e esgoto parecem ter se multiplicado nos últimos dias e respondeu aos questionamentos dos ouvintes.
De acordo como João Raphael, o principal problema é mesmo a rede antiga. “Normalmente os estouramentos ocorrem à noite, quando a pressão aumenta por causa do baixo consumo. (…) No Centro, é uma rede muito antiga, uma rede de cerâmica que quebrou. A gente viu que o risco era grande de ter até um estouramento e atingir um carro”, justificou sobre o vazamento na Avenida Souza Filho.
Um ouvinte do Nossa Voz pontuou que, por causa do estouramento da rede, a falta de água continua nos bairros Dom Avelar, São Jorge, São Joaquim, Terra do Sul, Antonio Cassimiro, Mandacaru, Padre Cícero, Vale Das Esmeraldas, Vivendas, Monsenhor Bernadino, Santa Luzia e Vila Rotary, apesar da Compesa ter informado que o serviço terminaria na última sexta-feira (29) e o abastecimento seria restabelecido gradualmente.
Em resposta, João Raphael justificou o conserto foi concluído no prazo, mas que não foi possível restabelecer as pressões nos bairros citados porque o sábado é o dia de maior consumo. “Nos horários de pico ficou difícil regularizar a pressão dentro do prazo de 48 horas”.
Já em Pau Ferro, Rajada, na zona rural de Petrolina, e nos municípios de Afrânio e Dormentes, que também ainda não tiveram o abastecimento restabelecido, o gerente Regional da Compesa explicou que lá o sistema é defasado. “O sistema era pra 12 mil pessoas, hoje atende mais de 24 mil”, destacou João Raphael, pontuando ainda que o fornecimento de água nesses locais também é prejudicado pelos frequentes furtos de água da rede.
João Raphael informou ainda que alguns problemas foram causados pelo grande volume de obras de pavimentação realizada pela prefeitura. Mas o secretário de Infraestrutura, Mobilidade e Serviços Públicos da prefeitura, Fred Machado, descordou da justificativa. “Eu não concordo. Danificamos algumas rede da Compesa, sim. Principalmente no Jardim Amazonas. O problema é que as redes estão aflorando, estão fora das normas técnicas exigidas. (…) Tem que reformular outra reposta para dar a sociedade”, disse o secretário por telefone.
Em seguida, João Raphael admitiu problemas de implantação da rede da Compesa, mas ponderou que “é impossível” que a companhia atenda a esse “grande volume de obras sem planejamento”. Ele dependeu um planejamento em conjunto com a prefeitura e com ampla antecedência.
Investimentos
Apesar de relembrar que a briga política entre a Compesa e a gestão municipal está atrasando os investimentos em Petrolina, João Raphael assegurou que a companhia vai investir os mais de R$ 40 milhões na Bacia do Dom Avelar. “Já está em licitação e vai ser investido sim. Estamos correndo pra iniciar as obras tanto no Dom Avelar como no Antonio Cassimiro. (…) Por recomendação do Ministério Público, vamos trabalhar onde a prefeitura não estiver atuando”, assegurou.
O gerente Regional destacou que não foi a Compesa que construiu e rede e nem a estação de tratamento do Antônio Cassimiro que, na opinião dele, foram obras mal feitas. Mas garantiu os serviços para melhoria do esgotamento do bairro. De acordo com o gestor, só na Bacia do Antônio Cassimiro, serão investidos R$ 14 milhões para corrigir os constantes estouramentos de esgoto e garantir “o caminho correto da rede até a estação de tratamento”.