Na manhã desta terça-feira (29) a Fundação Nilo Coelho sediou uma audiência pública para definir as prioridades do Plano Municipal de Saneamento Básico para os próximos 35 anos em Petrolina-PE. O prefeito do município, Miguel Coelho, fez a abertura do encontro e pontou que aquele seria o momento para discutir o que precisa ser feito para melhorar o esgotamento sanitário e o abastecimento de água. Mas desde o início, um clima nada amistoso se instalou no local.
Ainda quando Miguel Coelho estava nas falas iniciais foi interrompido por uma pessoa na plateia, era o pesquisador em saneamento, Davi Bruno Silva, que chamava o evento de consulta pública e não de audiência, já que não havia participação direta da população. O homem insistiu em pedir a palavra e Miguel Coelho, que ficou visivelmente incomodado com a interrupção, disse que naquele momento ele estava com a palavra e pediu educação. Depois da apresentação, o prefeito deixou o local para cumprir outros compromissos agendados, mas antes conversou com a imprensa sobre os objetivos do audiência.
Em um segundo momento do encontro, o pesquisador em saneamento, Davi Bruno Silva tentou novamente tomar a palavra para contestar os dados que estavam sendo passados que, segundo ele, seriam equivocados. Neste momento começou uma confusão na plateia. Alguns reclamavam que não estavam tendo voz. Outros pediam a continuidade do evento. E em meio aos gritos, o procurador do Município, Diniz Eduardo tentava conter a plateia sem muito sucesso. A confusão só acabou quando o pesquisador deixou o local para falar com os jornalistas.
O que o pesquisador queria dizer?
O pesquisador em saneamento, Davi Bruno Silva, informou que elaborou um relatório técnico sobre o tema e disse ter lido o conteúdo da versão atual do plano de seneamento que está sendo elaborado e também um outro plano, feito ainda na gestão do ex-prefeito, Julio Losso. “O prefeito novo agora tem que estar ciente que nós não estamos de joelhos.(..) Ele também tem oposição. E esse plano de agora está bem aquém do plano de 2011, que está muito mais completo”, assegurou.
Davi Bruno reclamou ainda da condução do evento. “Aqui é audiência pública ou consulta pública? Porque todos nós tivemos que gritar aqui pra ser ouvidos. (…) Onde está a população? Está trabalhando agora”, comentou o pesquisador se referindo ao horário do evento, marcado para às 9h da manhã.
E teve mais insatisfação…
Quem também não gostou nada da maneira como a audiência foi conduzida foi o vereador de Petrolina, Gilmar Santos. “Lamentavelmente o evento que está acontecendo não é uma audiência, que é um espaço de participação popular, onde as pessoas podem ter acesso ao microfone. (…) Formou-se uma mesa do executivo, impedindo a participação direta. O que nós temos é uma consulta que poderia ter sido feita pela internet”, comentou o vereador.
E cadê a Compesa?
Vale ressaltar que o gerente regional da Compesa, João Raphael Queiroz, estava na plateia e não na mesa com as demais autoridades. Sobre o assunto o gerente comentou que “essa foi uma opção da prefeitura em fazer o convite ou não”. Sobre esse “escanteamento” da Compesa na audiência, o gerete regional preferiu não entrar na polêmica. “A gente tá aqui pra ajudar a população de Petrolina e não é o momento de entrar nessa briga”, comentou.
E a interação com o público?
Quem participou da audiência passou os questionamentos para a mesa através de um formulário, mas sem direito a fazer uso da palavra, o que certamente incomodou alguns participantes. No entanto, ainda é possível colaborar . A versão preliminar do Plano Municipal de Saneamento Básico pode ser acessada no site da prefeitura. Dúvida, sugestões e comentários podem ser enviados através do e-mail: geral@ppsec.com.br.