O que é o desenvolvimento? Para quê? De que natureza? Em que direção? E a que o desenvolvimento nos leva?
As estratégias e instrumentos de desenvolvimento criados pela dicotomia ideológica (direita x esquerda), em tese não foram capazes de responder a essas questões, já que, mesmo com as alternâncias de poderes ideológicos dispersos em vários países que a história mostra, o que conseguiram criar no contexto global foi inquietantes desigualdades sociais e as emergências climáticas que ameaçam o planeta; além de não saberem mais como criar utopias.
Desenvolvimento Sustentável e a Sustentabilidade são conceitos contidos no contexto macroeconômico; enquanto a agenda ESG está no contexto microeconômico; e os três conceitos além de serem complementar “geram sinergia exponencial” através da interrelação dos seus propósitos.
O “sustentabilismo” parece surgir com a possibilidade de gerar sim utopia, a partir do conceito de Desenvolvimento Sustentável que é um grande “guarda-chuva” a nos oferecer esperança na direção de responder às questões acima ; a partir das estratégias, propósitos e instrumentos que “buscam atender as gerações futuras nas suas necessidades atuais, sem prejudicar o atendimento das necessidades das gerações futura.” Este conceito congrega uma constelação de fatores, indicadores e variáveis, quantitativas e qualitativas, que passam pelo entendimento dos tecidos: éticos, epistemológicos (teoria do conhecimento) ontológico (ciência do ser, reflexão sobre o ser),com um grau de complexidade muito elevado.
A Sustentabilidade, pode ser entendida como o “esforço de equilibrar a eficiência econômica, a equidade social e o cuidado com o meio ambiente”; e como tal mesmo com esse fracionamento das dimensões o grau de complexidade de aferição permanece já que o PIB, e o IDH dois grandes indicadores macroeconômicos não são suficientes para aferirem a sustentabilidade que ajudaria conhecermos o grau de Desenvolvimento Sustentável. Essa lacuna metodológica é reconhecida pela ONU, quando provoca no objetivo 17.9 registrado na Agenda 2030, “valer-se de iniciativas existentes para desenvolver medidas do progresso do desenvolvimento sustentável que complementem o Produto Interno Bruto (PIB) e apoiem a capacitação estatística nos países em desenvolvimento”.
Os dois conceitos Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade são aplicados a um território, Cidade, Estado, País, Continente e ao Planeta; que parecia caber apenas aos governos nos diversos níveis, às instituições nacionais e internacionais de fomento ao desenvolvimento a responsabilidade de promoverem ações e investimentos na direção dos propósitos dos citados conceitos.
Então qual seria a responsabilidade das corporações e empresas de pequeno, médio e grande porte? A resposta é: incorporarem nos seus planejamentos estratégicos a agenda ESG que tem como principal propósito colocar no radar das empresas o conceito de Sustentabilidade.
A agenda ESG refere-se a um conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança que as empresas devem adotar como parte de suas práticas de negócios. As letras “ESG” representam:
Ambiental (E – Environmental): Refere-se às práticas relacionadas ao impacto ambiental de uma empresa. Isso pode incluir políticas de sustentabilidade, eficiência energética, gestão de resíduos, emissões de carbono e outros aspectos ambientais
Social (S – Social): Diz respeito às questões sociais relacionadas às práticas da empresa. Isso pode abranger a responsabilidade social corporativa, práticas de emprego, relações com a comunidade, diversidade e inclusão, saúde e segurança no trabalho, entre outros.
Governança (G – Governance): Envolve a estrutura de governança e as práticas de gestão de uma empresa. Isso inclui a transparência nas operações, a qualidade da liderança, a estrutura de remuneração, a independência do conselho, práticas anticorrupção e conformidade com as regulamentações.
A agenda ESG ganhou destaque à medida que investidores, consumidores e outras partes interessadas passaram a reconhecer a importância de considerações éticas e sustentáveis nas operações empresariais. Empresas que adotam práticas ESG buscam não apenas maximizar o lucro, mas também minimizar seu impacto negativo na sociedade e no meio ambiente.
Investidores frequentemente consideram fatores ESG ao tomar decisões de investimento, e muitas empresas veem a adoção de práticas sustentáveis como uma forma de melhorar sua reputação, atrair talentos e gerenciar riscos a longo prazo. O relatório ESG é uma ferramenta comum que as empresas usam para comunicar seu desempenho nessas áreas.
Todas as grandes transformações sociais, econômicas e ambientais que ocorrem no processo de desenvolvimento de um município ou região a exemplo do polo Petrolina-PE/Juazeiro-BA foram frutos de conceitos relevantes como Irrigação e o Conhecimento.
Finalmente as vicissitudes de movimentos contra a agenda ESG, serão efêmeras pois os propósitos da agenda ESG estão estribados em conceitos robustos com o do Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade que em tese a humanidade já entende ser o caminho.
Sobre Zacarias Ribeiro:
Zacarias Ribeiro Filho. Engenheiro Agrônomo, Mestre. Em Dinâmica do Desenvolvimento do Semiárido. Consultor da ABRAFRUTAS- Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados. MBA em ESG em formação.