“Nosso estado é o terceiro que mais mata, nosso estado é um dos que menos soluciona crimes contra a vida. Um governo que tolera a impunidade, é sim, cúmplice da impunidade”. Com esta triste estatística, a pré-candidata a deputada estadual, Lucinha Mota, falou durante a convenção do PSDB, realizada na manhã de hoje (30) no Clube Português, no Recife, sobre os fatos que a motivaram a disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A impunidade que perdurou por seis anos após o assassinato da sua filha, Beatriz Angélica Mota, foi a mola propulsora deste projeto, que busca fazer justiça pelas pessoas, que segundo ela, são tratadas como apenas como estatística pelo governo Paulo Câmara.
“Sou de Petrolina, Sertão pernambucano. Quando surge um problema na vida de vocês, vocês fazem o que é necessário pra resolver? Eu fiz. Eu conheci a pior dor que uma mãe e um pai podem sentir nesta terra, que é perder um filho. E perder da forma mais cruel que existe no mundo. Eu perdi minha vida, minhas forças, o meu corpo definhou. Mas eu resolvi levantar, eu resolvi lutar porque a minha filha merecia pelo menos um inquérito justo, que o assassino dela fosse para a prisão. Então eu enfrentei o sistema deste governo de Paulo Câmara e disse que ela não seria mais uma para as estatísticas, nesse ranking que Pernambuco está hoje”, relembrou.
“E por isso eu enfrentei. Enfrentei a dor, o desespero e enfrento até hoje a saudade. Mas eu fui, ultrapassei barreiras, fronteiras, pedi ajuda a todos, aqui em Pernambuco, em outros estados, no Brasil, em outros países e resolvi fazer a caminhada mais longa que um pernambucano poderia fazer, mas eu fiz, venci e uns dias depois o assassino foi punido. Foi justo? Não. Justiça tardia não é justiça. Mas eu garanti a minha filha que o assassino dela pague pelo que ele fez. E hoje eu estou aqui por todas as Beatrizes de Pernambuco. Eu quero estar na Alepe para enfrentar a criminalidade e as injustiças do nosso estado”.
Sobre o apoio a Raquel Lyra, Lucinha, que era filiada ao Psol e estava na condição de suplente de vereadora na Câmara Municipal de Petrolina, explica que não apenas o currículo, mas a sensibilidade da pré-candidata a governadora foram determinantes para sua filiação ao PSDB. “Raquel foi lá em Petrolina, me convidar. ‘Lucinha venha, você é mais uma mulher que deve representar as mulheres de Pernambuco’. Foi a única com sensibilidade. Porque todos estão com currículo, todos estão com experiência, mas a sensibilidade está na carne e a gente sente. Por isso que estou com Raquel, por isso eu escolhi Raquel. Estou no time mais forte que Pernambuco tem para enfrentar essas injustiças do nosso estado”, reforçou.