Depois de constatar a volta da aceleração de novos contágios pelo coronavírus, o colegiado de economia da Facape, aponta para uma nova e preocupante realidade. Entre os dias 02 e 08 de novembro, Petrolina registrou um novo recorde de confirmações da covid 19, com 652 positivados.
De acordo com os dados analisados pelos pesquisadores, o pico da pandemia era, até então, de 487 novos casos, no período entre 27 de julho a 02 de agosto e a semana seguinte, entre 03 a 09 de agosto com 485 novos casos. O números eram consequentes às medidas de flexibilização das atividades de comércio.
Posterior a esse período, Petrolina registrou a gradual queda nos positivados, chegando a mínima semanal de 240, entre 24 e 30 de agosto.
Entretanto, em setembro, a contabilização de novos casos voltou subir com índices preocupantes. Os 652 descobertos na última semana através de testagem, trazem um reflexo direto da falta de medidas de contenção em meio a aglomerações registradas nos eventos de campanha eleitoral.
A decisão do Tribunal Regional Eleitoral de proibir ações presenciais entre os candidatos veio após a intensa mobilização popular e isso trará consequências até os próximos 21 dias.
Em seu perfil no Instagram, o coordenador da pesquisa de Análise da Covid-19 no Vale do São Francisco João Ricardo Lima fez um alerta sobre o relaxamento da população quanto as medidas de prevenção. Segundo o pesquisador, apesar de haver uma estabilização na taxa de isolamento, muitos dos que saem não seguem os protocolos e higiene e levam a doença para os familiares.
“Para completar se tem um processo eleitoral feito de forma totalmente irresponsável pelos políticos. As autoridades demoraram muito para impedir as carreatas e passeatas e etc. E as consequências de tudo isso aparecem rapidamente, entre 15 a 21 dias, a quantidade de novos casos ainda deve crescer muito. A unica coisa que pode impedir isto de aparecer nos resultados é se houver queda nas testagens”, ressalta Ricardo.
Apesar da taxa de mortalidade em Petrolina girando em torno de 1,48%, de acordo com a última avaliação divulgada, o melhor é não vacilar. A região possui equipes especializadas e leitos disponíveis, porém, analisando as estatísticas a cada 100 pessoas contaminadas, duas irão a óbito.
“Assim, quem tiver consciência, se cuide. Este momento é o pior já vivido em termos de possibilidades de se contrair a doença. Temos que agradecer os profissionais de saúde que entendem melhor a doença hoje e estão melhor treinados para evitar o pior. Mesmo assim, a cada 100 pessoas contaminadas, dois irão a óbito. E ninguém quer ser um destes ou perder um membro da família”, aconselhou o pesquisador.