Mesmo pontuando mais baixo que os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos para o governo de Pernambuco, Danilo Cabral (PSB) garantiu, em entrevista ao Nossa Voz desta segunda-feira (22), que não desanima. O socialista voltou a comparar seu desempenho no início da campanha aos colegas de partido, Eduardo Campos na eleição de 2006 e Paulo Câmara em 2014, e desqualificou as declarações do senador Fernando Bezerra Coelho, que na convenção do União Brasil afirmou que Danilo não decola nas pesquisas porque sua imagem está atrelada ao atual governador, a quem atribui uma gestão ruim nos últimos sete anos.
“Desde 2006 para cá, a Frente Popular ganhou todas as eleições de Pernambuco, tanto no interior do Estado como aqui no Recife. Foi assim com Eduardo, foi assim com Paulo. Inclusive Paulo, quando disputou a eleição, saiu também atrás e ganhou duas vezes no primeiro turno. Foi assim com Geraldo Júlio na prefeitura do Recife, foi assim com João Campos, aqui na prefeitura do Recife. Então, isso não significa absolutamente nada de novo, agora, as duas coisas que temos em comum é que a gente sempre saiu atrás e em todas elas sempre ganhamos a eleição”, relembrou.
Sobre a declaração de FBC, Danilo ampliou o leque e questionou os motivos que levam seus adversários a tecer duras críticas à sua campanha. “Fernando conhece a capacidade do nosso time, é por isso que ele fala isso. Na verdade eu fico assim imaginando, por que será que a oposição, os quatro candidatos da oposição fazem tantas críticas a nossa candidatura, se a gente não teria, na leitura deles, nenhuma perspectiva de vitória? Claro que eles sabem que vamos estar no segundo turno. Não tem nenhuma força política nesse estado que não nos coloque no segundo turno porque a gente tem um time extremamente claro, competente, que tem 120 prefeitos em todo o estado, tem 30 deputados estaduais, uma bancada federal expressiva, que tem o apoio sim do governador Paulo Câmara, que tem o apoio do presidente Lula. Nós somos o time do presidente Lula aqui em Pernambuco”.
Relembrando a última visita de Lula ao estado e as afirmações do ex-presidente de que o palanque do PSB era estratégico para a derrota de Bolsonaro, Cabral apontou isso como a causa da preocupação do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). “Ele foi líder do governo Bolsonaro, o filho dele recebeu muitos benefícios do governo Bolsonaro, muito dinheiro do orçamento secreto que chegou por aí e que a gente precisa discutir este assunto, ou seja, tem muitos movimentos que foram feitos e Fernando tem essa preocupação. Tem a candidatura do Miguel, que é um bolsonarismo enrustido, envergonhando, porque ele foi líder do governo, ficou três anos com o governo Bolsonaro e agora está querendo se desvincular. Assumam suas candidaturas, acho que cada um deve assumir seu time. Eu assumo o meu time, o time da Frente Popular de Pernambuco e o time do presidente Lula”.
O candidato a governador ainda aproveitou para justificar a importância de fazer o debate nacional permeando as propostas para o estado. “Eu quero falar de tudo, quero discutir tudo como estou discutindo com vocês, mas quero discutir o Brasil. Porque tem gente que diz que a eleição é estadualizada, não é uma eleição federal, mas, como não é uma eleição federal? Nós vamos escolher um presidente da república, um vice-presidente da república, que inclusive é o nosso companheiro Geraldo Alckmin, um governador do estado, um senador, 49 deputados estaduais e 25 deputados federais. Precisamos discutir tudo, porque as consequências da eleição nacional tem consequência na vida de Pernambuco e do povo. A gente nunca teve aqui em Pernambuco,nunca na história deste estado, um presidente que atacou, que massacrou, que perseguiu tanto Pernambuco quanto esse presidente Bolsonaro. E o líder dele foi Fernando Bezerra Coelho, então a gente precisa esclarecer isso, só fazer esse debate se for falar a verdade”.