DATA MAGNA: Entenda o que foi a Revolução Pernambucana de 1817

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Bênção das bandeiras dos revolucionários pernambucanos, obra de Antonio Pareiras - Antonio Pareiras/Museu da Cidade do Recife

No dia 6 de março, Data Magna, o Estado comemora a Revolução Pernambucana

Instituído em 2017, o feriado do dia 6 de março, Data Magna de Pernambuco, enaltece a Revolução Pernambucana.

O movimento, em 1817, transformou Pernambuco em um país por 75 dias.

O que foi a Revolução Pernambucana de 1817?

Em 1817, o território brasileiro era dividido em capitanias. A capitania de Pernambuco incluía a comarca de Alagoas e toda a margem esquerda do Rio do São Francisco, até Minas Gerais, território que hoje pertence a Bahia. No Rio de Janeiro, capital do país, estava a família real, que fugiu das tropas da França em 1808.

Como explicaram os repórteres Diogo Guedes e Marcela Balbino no especial do JC sobre os 200 anos da Revolução Pernambucana , o caldeirão da insatisfação fervia na província de Pernambuco, que tinha histórico de movimentos como a expulsão dos holandeses (1654) e a Guerra dos Mascates (1710).

O desembarque da família real no Rio em 1808 só aumentou a indignação. Havia uma forte discrepância social entre a vida na Corte e nas províncias. O que se arrecadava aqui era enviado para o Rio de Janeiro para manter o estafe de Dom João VI.

Além disso, uma seca assolou a região em 1816, no mesmo momento em que a produção de açúcar em outros países fez o preço do produto nordestino despencar.

“Paga-se em Pernambuco um imposto para iluminação do Rio de Janeiro, quando as do Recife ficam completamente às escuras”, descreveu o inglês Henry Koster, que viveu no Recife na época.

Também com influência de ideais iluministas, a Revolução Pernambucana, formada em sua maioria por senhores de engenho, padres e comerciantes, vinha sendo planejada para a Semana Santa de 1817. 

No entanto, foi adiantada para 6 de março por causa de um decreto de prisão emitido pelo governador Caetano Pinto Montenegro. A lista vazou e os revolucionários reagiram. A morte do brigadeiro Manuel Joaquim Barbosa de Castro pelo capitão do Exército José de Barros Lima, após receber voz de prisão, iniciou o movimento.

“A Revolução Pernambucana de 1817 foi o primeiro movimento contra a coroa portuguesa que conseguiu ter sucesso, tomar o poder. Foi o momento em que Pernambuco ficou independente, formou um novo país, com bandeira, leis próprias, força armada”, diz o historiador George Cabral, segundo secretário Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP).

Revolução dos Padres

A Revolução Pernambucana também ficou conhecida como Revolução dos Padres, uma vez que o Seminário de Olinda foi o nascedouro do movimento. Os religiosos tiveram papel importante na formação do governo provisório.

Foram 75 dias do “País Pernambuco”. A Revolução Pernambucana chegou ao fim por causa da falta de apoio das outras províncias, pelas falhas na organização militar e por contradições internas.

Os líderes da Revolução Pernambucana foram mortos ou presos e documentos históricos foram destruídos a mando do rei para evitar novas revoltas. 

Em 19 de maio de 1817, uma força de oito mil homens cercou Pernambuco e executou os envolvidos na Revolução Pernambucana. Como punição, a Coroa tirou de Pernambuco o território de Alagoas.

Bandeira de Pernambuco

Uma marca da Revolução Pernambucana de 1817 presente até hoje é a bandeira de Pernambuco, composta por um fundo azul e branco.

Sobre a faixa azul, figuravam um arco-íris, como símbolo da união, três estrelas (representando Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte) e o sol da liberdade.

(JC)