A popularização da inteligência artificial tem aumentado consideravelmente o material produzido com o auxílio da tecnologia. Capaz de gerar textos, vídeos e fotos, entre outros materiais, a IA pode auxiliar na elaboração de diversos conteúdos. No entanto, a facilidade de uso da tecnologia também tem levado ao uso malicioso da inteligência artificial.
De acordo com um relatório apresentado pela Sumsub, plataforma de verificação de identidade, o uso da IA para modificar vídeos e imagens reais e criar conteúdos falsos, técnica conhecida como deepfake, cresceu 830% no Brasil no último ano.
As formas mais comuns de uso malicioso da tecnologia permitem a sobreposição de rostos e vozes em produções audiovisuais. Ao sincronizar os movimentos dos lábios e expressões faciais de maneira realista, é criada uma dificuldade para distinguir o que é real ou não.
Program Manager da Alura, ecossistema de educação em tecnologia, Fabrício Carraro é especialista no uso de inteligência artificial e indica que é essencial saber identificar esse tipo de conteúdo para se prevenir de eventuais golpes.
“Quem nunca viu um vídeo de uma personalidade agindo de forma negativa? Esse tipo de conteúdo pode ser deepfake. Por isso, é crucial exercer sempre um nível saudável de ceticismo e saber identificar essas falsificações, para que menos pessoas sejam enganadas e repercutam informações equivocadas”, ressaltou Carraro.
A sofisticação da tecnologia leva muitas pessoas a acreditarem nos conteúdos que podem ser usados para aplicar golpes financeiros ou disseminar desinformação, por exemplo.
“Há agentes mal-intencionados que buscam desinformar a população e minar a confiança do público sobre diferentes temas. Discutir o assunto e aprender a identificar essas manipulações são as melhores formas de evitar os perigos dos deepfakes, especialmente em um mundo digital cada vez mais complexo”, destacou o especialista.
Saiba como identificar as deepfakes:
Verifique a fonte da informação
Saber a origem de uma informação antes de compartilhá-la é o primeiro passo para não cair em conteúdo falso. De acordo com o especialista, é fundamental que sejam procuradas fontes confiáveis e reconhecidas.
“Procurar evidências que corroborem aquele assunto em mais de um canal e comparar esses conteúdos, com certeza será essencial para certificar que se trata de algo real”, afirmou.
Analise o conteúdo detalhadamente
Examinar cuidadosamente o vídeo ou a imagem em questão é outra forma de encontrar manipulações. Apesar da sofisticação existente na geração de deepfakes, em alguns casos é possível observar distorções visuais, cortes abruptos, falhas de áudio ou edições suspeitas que devem ser um grande ponto de atenção.
Segundo Carraro, os detalhes são a chave para essa análise. “Deepfakes podem ter pequenas falhas que são detectadas com uma observação minuciosa. Fique atento desde as expressões faciais e movimentos corporais das pessoas dos vídeos até contextos do cenário”, pontuou.
Utilize outras tecnologias para identificar deepfakes
Algumas ferramentas podem auxiliar a supervisão humana na detecção de deepfakes. Para tal, elas usam algoritmos que são capazes de identificar possíveis sinais de manipulação.
“A análise de assinaturas digitais e marcas d’água são apenas alguns dos recursos que podem ajudar a verificar a autenticidade de materiais digitais, além de ser uma grande aliada na luta contra o uso incorreto da IA”, finalizou o especialista.
Fonte: Folha de Pernambuco