Nesta sexta-feira (21), durante entrevista ao programa Nossa Voz, o deputado federal Lucas Ramos explicou seu posicionamento sobre o projeto apelidado de “anti-facção”, aprovado esta semana na Câmara dos Deputados. O parlamentar afirmou que circulam informações falsas sobre seu voto e defendeu que o texto original, enviado pelo governo federal, era mais eficaz no enfrentamento ao crime organizado.
Ao comentar a repercussão nacional, o deputado disse que parte das informações divulgadas nas redes sociais criou uma interpretação equivocada sobre sua postura na votação.
“A narrativa que a imprensa nacional deu ao projeto inviabilizou o bom entendimento por parte do ouvinte e do leitor. Nas redes sociais, onde a desinformação corre mais rápido, espalharam que votei contra o projeto anti-facções. Isso é mentira. Votei a favor do texto encaminhado pelo presidente da República, que fortalecia a Polícia Federal e a Receita Federal”, afirmou.
Segundo o parlamentar, o texto original aumentava recursos e ampliava o poder de ação dos órgãos federais de investigação e combate ao crime organizado. Ele citou operações recentes da Polícia Federal, que desarticularam esquemas de lavagem de dinheiro ligados ao tráfico e a setores financeiros do país.
Ramos destacou que o projeto enviado pelo governo foi rejeitado e, na sequência, a Câmara analisou o substitutivo apresentado pelo relator. Ele disse que a nova versão representava retrocessos.
“O substitutivo trazia alterações gravíssimas. A primeira obrigava a Polícia Federal a comunicar o governador antes de deflagrar uma operação. Onde já se viu colocar coleira na PF? Outra mudança retirava recursos do fundo destinado à Polícia Federal para dividir com as polícias estaduais. Isso esvazia a PF”, criticou.
Ele também citou o trecho que impede que bens apreendidos de organizações criminosas sejam incorporados ou usados pela PF e pela Receita.
“É inviável. Imagine veículos de alto valor apreendidos e a PF impedida de utilizá-los. Não dava para ser conivente com esse esvaziamento”, completou.
O parlamentar disse que votou contra o substitutivo, acompanhado pelas bancadas do PT e do PSOL, e afirmou que espera que o Senado reverta os pontos que considera prejudiciais.
Relação com o governo de Pernambuco
Durante a entrevista, Ramos também comentou a fala da governadora Raquel Lyra, que cobrou mais emendas de bancada para obras prioritárias no estado. O deputado afirmou que há um compromisso histórico dos parlamentares pernambucanos em destinar recursos para ações apontadas pelo governo estadual e pela Prefeitura do Recife.
“Todos os anos atendemos o chamado da governadora e do prefeito para aportar recursos. O que acontece é que o valor previsto pelo Governo Federal para a Transnordestina em 2025, apenas R$ 50 milhões, é insuficiente para uma obra desse porte. A governadora tem razão ao demonstrar preocupação”, disse.
Ele ressaltou que a ferrovia é estratégica para o desenvolvimento econômico do estado e para o escoamento da produção do Sertão, do Agreste e do Araripe.
Cenário político para 2026
Questionado sobre as eleições de 2026, Ramos afirmou que mantém apoio ao nome de Elismar Gonçalves para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
“Temos trabalhado para que Elismar Gonçalves seja um representante legítimo de Petrolina na Alepe. A participação do ex-prefeito Júlio Lócio será fundamental na construção dessa candidatura”, disse.
O deputado destacou que Petrolina já teve cinco representantes na Assembleia e que, hoje, conta com apenas um. Para ele, a falta de parlamentares da região reduz a defesa de interesses locais e o volume de emendas destinadas ao município.



