Dermatologista alerta para alta incidência de câncer de pele na região e reforça importância da prevenção

0

Em entrevista concedida nesta segunda-feira (9), a dermatologista Pauliane Sampaio, do Hospital Universitário da Univasf, abordou a campanha Dezembro Laranja, iniciativa nacional promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). No último sábado, um mutirão realizado na Policlínica da Univasf atendeu mais de 250 pessoas, com mais de 20 cirurgias realizadas no mesmo dia e diversos pacientes diagnosticados com câncer de pele.

“Infelizmente, a incidência de câncer de pele na nossa região é muito alta. Para vocês terem uma ideia, só na minha primeira hora de atendimento, junto com os estudantes que auxiliavam nas várias salas, diagnostiquei quatro casos de câncer de pele, incluindo uma senhora de 92 anos com uma lesão avançada no rosto. Esse número reflete a importância da conscientização e do diagnóstico precoce.”

Sobre os sinais de alerta para o câncer de pele, a médica explicou os sintomas mais comuns:

“Qualquer lesão nova, uma ferida que não cicatriza, especialmente em áreas expostas ao sol, ou uma pinta que muda de cor, cresce ou tem bordas irregulares deve ser avaliada por um dermatologista. O câncer de pele não melanoma é o mais frequente e está ligado à exposição solar ao longo dos anos sem proteção adequada. Já o melanoma, embora mais raro, é o mais grave e pode levar à metástase.”

A especialista reforçou a importância do uso diário de protetor solar como medida preventiva.

“O uso do protetor solar deve ser parte da rotina diária, assim como escovar os dentes. Recomendamos um protetor com FPS 30, no mínimo, e para pessoas de pele clara ou com histórico de câncer de pele, um fator de proteção 50. Esse cuidado é essencial, mesmo para quem não trabalha diretamente exposto ao sol, já que a radiação acumulada ao longo dos anos também é prejudicial.”

Tipos de câncer de pele e tratamentos

Drª Pauliane detalhou os três tipos principais de câncer de pele:

“Os mais comuns são o carcinoma basocelular, que corresponde a 85% a 90% dos casos, e o carcinoma espinocelular, que é muito frequente em populações expostas ao sol, como trabalhadores rurais. O melanoma, mais raro, é o mais grave e pode levar à morte. No entanto, quando diagnosticados precocemente, a maioria dos casos pode ser tratada com cirurgia curativa.”

Ela também destacou que, durante o ano, os atendimentos continuam em ambulatórios especializados e unidades de saúde.

“Nós atendemos na Policlínica da Univasf e há outros serviços de dermatologia na região. Para quem depende do SUS, o ideal é procurar a unidade de saúde para encaminhamento. Já quem tem convênio pode buscar diretamente um dermatologista.”

Prevenção é o foco da campanha

A campanha Dezembro Laranja ocorre todos os anos, no primeiro sábado de dezembro, com mutirões de atendimento em todo o país. No entanto, a dermatologista enfatizou que os cuidados devem ser permanentes.

“O mês de dezembro é usado para chamar a atenção, mas a prevenção deve ser uma rotina. O sol acumulado ao longo da vida causa danos irreversíveis, como manchas, envelhecimento precoce e, principalmente, câncer de pele. Então, cuide da sua pele durante todo o ano e, em caso de qualquer lesão suspeita, procure um médico o mais rápido possível.”

A campanha reforça a necessidade de conscientização para reduzir os índices dessa doença, que é o tipo de câncer mais comum na população brasileira.