Durante os meses de outubro a dezembro, quando as temperaturas em Petrolina atingem picos mais elevados, a Secretaria de Saúde intensifica as orientações sobre os cuidados com a pele, em especial durante esse período de calor intenso. Entre as recomendações estão o uso de roupas leves, a aplicação regular de protetor solar e a manutenção de uma alimentação saudável.
Para abordar o tema com profundidade, entrevistamos a dermatologista Dra. Rosa Maria Nunes, que destacou os principais cuidados necessários e as consequências da exposição solar.
“A saúde da pele é frequentemente negligenciada, mas é essencial redobrar os cuidados, principalmente em períodos de altas temperaturas. As consequências da exposição solar são diversas, desde queimaduras solares até o agravamento de condições inflamatórias, como melasma, dermatite seborreica e rosácea”, explicou a Dra. Rosa.
Segundo ela, esses problemas podem se agravar com o aumento da exposição ao sol, além de haver o risco de desenvolver câncer de pele. “Precisamos dar atenção especial ao câncer de pele, que é o tipo mais comum, com destaque para o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC), sendo o melanoma o mais grave, com potencial de metástase para outros órgãos.”
Dra. Rosa enfatizou a importância de observar sinais iniciais de lesões que podem evoluir para câncer. “O câncer de pele pode se manifestar como uma verruga ou uma pinta que muda de cor ou de tamanho. Se perceber alguma lesão que não cicatriza ou uma alteração em uma pinta que já existia, é crucial buscar um dermatologista para avaliação e possível diagnóstico precoce”, orientou.
Sobre as lesões comuns decorrentes da exposição solar, ela mencionou a ceratose actínica, uma lesão pré-cancerosa causada pelo sol. “A pele funciona como uma esponja, acumulando os danos da exposição solar ao longo do tempo. Não basta proteger-se apenas em momentos de lazer, como na praia ou piscina, é preciso cuidado contínuo para evitar o agravamento de lesões.”
Quanto à escolha do protetor solar, Dra. Rosa esclareceu que o fator de proteção ideal é igual ou maior que 30 e que existem protetores específicos para diferentes tipos de pele. “Para quem tem pele acneica, por exemplo, é importante usar protetor adequado, que não obstrua os poros. Há também a opção de protetores com cor, que oferecem uma proteção extra, especialmente para quem tem melasma ou rosácea”, explicou.
Ela também reforçou a importância de aplicar a quantidade correta de protetor solar. “Eu sempre falo sobre a regra dos três dedos: devemos aplicar uma quantidade equivalente ao comprimento de três dedos para o rosto e orelhas, ou usar uma colher de chá como referência”, detalhou, lembrando que o protetor deve ser reaplicado a cada três horas.
Dra. Rosa ainda abordou a questão da hidratação, essencial nos dias mais quentes. “Beber água é tão importante quanto o uso do protetor solar. A hidratação ajuda a prevenir a desidratação, que é comum em temperaturas elevadas. Recomendo aos meus pacientes o consumo de dois a três litros de água por dia”, aconselhou.
Em relação à proteção para crianças, ela indicou o uso de protetores solares específicos a partir dos seis meses de idade. “Antes dessa idade, o ideal é evitar a exposição direta ao sol.”
A médica concluiu ressaltando a importância de procurar orientação médica ao identificar qualquer alteração na pele. “O câncer de pele tem cura, especialmente se diagnosticado precocemente. A remoção cirúrgica é o tratamento mais comum, e o sucesso é maior quando detectamos a doença no início”, afirmou Dra. Rosa Maria Nunes, destacando que a prevenção e o cuidado contínuo são fundamentais para manter a saúde da pele, principalmente em regiões de clima quente como Petrolina.