Diretor do SINTECT denuncia má administração dos Correios e afirma: “eles informam que estão em prejuízo, mas isso é uma mentira”

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O Ministério das Comunicações (MCom) abriu uma consulta pública, de carácter obrigatório, sobre o processo de privatização dos Correios. Contra a votação e a privatização, Roberto Alexandre, diretor do Sindicato dos Técnicos Industriais de Pernambuco (SINTECT), esteve no programa Painel nesta quarta-feira (9), e expôs uma realidade que poucos conhecem sobre a administração dos Correios.

“Os correios mentem descaradamente para a população. Eles informam que estão em prejuízo, mas isso é uma mentira. Em 2020 tiveram um lucro de mais de R $1 bilhão e em 2021, foram mais de R $2 bilhões. A população precisa saber que privatizando, vai aumentar as tarifas de entrega e fechar milhares de agências em todo o país, com demissão em massa”, contou o diretor.

Ele contou que a tentativa de privatizar a empresa acontece desde o final dos anos 90 e, que desde então, os administradores tentam idealizar para a sociedade uma empresa precarizada, sem recursos. “Eles querem mostrar para a população que os Correios não prestam, a empresa se sucateia, precariza os serviços e vem desde 2011 sem fazer concurso público […] “Nós temos uma comissão de trabalhadores lá em Brasília conversando com os parlamentares o quanto é prejudicial essa privatização dos correios”.

Durante a entrevista, Roberto expôs que existe uma ordem para priorizar as entregas internacionais e Sedex, porque segundo ele “é o que dá dinheiro para a empresa”, o que resulta no atraso de cartas comerciais. “A população culpa o carteiro (por atrasos), mas a culpa é da empresa e da má administração”, explicou.

Outra denúncia realizada pelo diretor do SINTECT foi a falta de auxílio e medidas de segurança durante o período pandêmico do novo coronavírus, onde milhares de funcionários estiveram em contato com o vírus e alguns chegaram a morrer. “Terão que indenizar em R $300 mil reais as viúvas e filhos de gerentes, após morrerem de covid, porque não ofereceram nenhuma segurança e não davam as mínimas condições”, expôs Roberto.

O diretor disse durante a entrevista que a situação é pior nas agências do interior do estado. “Já recebemos ligações sobre falta de iluminação, falta de água. Nós vamos fazer frente a esse governo para não privatizar a empresa, porque essa má administração não deixa os correios fazer seu serviço correto”, contou.

A consulta pública ficará disponível por 45 dias, na plataforma Participa + Brasil, para que os interessados possam expôr suas contribuições sobre o tema.