A diretora do Sistema Grande Rio de Comunicação, Patrícia Coelho, participou do programa Nossa Voz, nesta quinta-feira (02) para homenagear o tio, Adalberto de Souza Coelho, que faleceu nesta madrugada de falência renal.
“Eu tinha uma relação muito estreita com Tio Adalberto, estreitíssima. Adalberto Coelho era um menino beiradeiro, nascido e criado às margens do rio São Francisco. Ele foi o décimo sexto filho dos 17 filhos de Clementino e Josefa de Souza Coelho. Ele me contava que guardou no coração e na pupila dos olhos, desde cedo, as atrocidades das secas que assolavam nossos sertões. E guardou isso, e decidiu que, quando grande fosse, ia estudar muito, como o pai queria, para trazer para cá algumas benfeitorias de alguma melhoria pra qualidade de vida de todos, que não havia. Então, junto com os irmãos, cada um foi responsável por uma área”, afirmou.
“Foi o responsável por trazer para essa região todo o sistema S, Sebrae, Senai, Sesc, Sesi, Sest/Senat, junto aos colegas da Confederação Nacional da Indústria, tanto Nacional, como da Bahia e Pernambuco. Tem um trabalho gigante na área de indústria, foi um grande exportador. Ele foi morar em Salvador pra exportar os produtos que o pai dele iniciou aqui com tio José. Tio José foi precursor na área de exportação. Dando continuidade ao trabalho do pai, junto com o tio José, começou a exportar mamona, pele de boi, pele de cabra, couro de boi, caroço de algodão, sisal. Eles tinham uma cabeça muito na frente do tempo deles. Em 1968, eles ganharam um prêmio, que competiram com 70 indústrias da Bahia, de maiores exportadores desses produtos, que era o que nós tínhamos aqui nessa seca”, disse.
“Ele foi muito jovem, tio Adalberto, junto com meu pai, num navio gaiola, só voltavam para casa uma vez por ano do internato de padres alemães em São Paulo, e eles me contavam como eram maltratados por serem meninos sertanejos junto aos paulistanos, nesse colégio de padres alemães, muito rígido, mas segundo ele, sobreviveram. Depois foram estudar, na Universidade na Bahia, meu pai optou pelo curso direito, Osvaldo também por direito e Adalberto, economia. Ele era meu colega de profissão, Tio Adalberto, e continuou na Bahia, onde lá se estabeleceu, casou, teve filhos e começou a entrar pra Confederação Baiana da Indústria e depois pra Confederação Nacional, até então ele era o membro o mais antigo de todos, da Confederação Nacional da Indústria, onde ele se reunia todos os meses. Fica uma saudade imensa, fica menos um desses homens gigantes”, lamentou.