Documentos de processo que pode tornar Irmã Adélia 1ª santa pernambucana serão enviados ao Vaticano

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Freira que presenciou a aparição de Nossa Senhora das Graças nos anos 1930, no distrito de Cimbres, em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, a Irmã Adélia poderá se tornar a primeira santa nascida no Estado.

E um passo importante para esse reconhecimento da Igreja Católica será dado em 13 de outubro, na sessão de encerramento do inquérito diocesano da causa de beatificação e canonização da religiosa. É no dia 13, inclusive, que a morte da Irmã Adélia completa 11 anos. 

Com a conclusão, os documentos serão enviados ao Vaticano. É na Santa Sé que o processo terá continuidade. Os membros das comissões participarão de audiência pública com o papa Francisco marcada para 16 de outubro.

Para que a Igreja Católica considere alguém como santo, em um processo de canonização, é necessário o reconhecimento de, no mínimo, dois milagres.

Esses milagres, segundo a Igreja, devem ter acontecido por meio da intercessão daquele que é “candidato a santo”. 

Antes da canonização, com o reconhecimento do primeiro milagre, o “candidato” passa a ser reconhecido beato. 

Irmã Adélia presenciou a aparição de Nossa Senhora das Graças em 1936, quando criança. Em outubro de 2021, 85 anos depois, a Igreja Católica reconheceu a aparição, em documento posteriormente anexado ao processo que agora será enviado ao Vaticano.

Tríduo
A preparação para o envio dos documentos ao Vaticano terá um tríduo, com três dias de celebrações, a partir de 10 de outubro.

Nesse dia, às 15h, haverá coletiva de imprensa no Colégio Damas, no bairro das Graças, área central do Recife, com a presença de autoridades eclesiásticas e membros das comissões que conduzem o inquérito diocesano. Na conversa, serão abordados os avanços no processo e a relevância histórica do assunto.

As festividades continuarão à noite, às 19h30, com uma missa presidida pelo padre Damião Silva, na Capela do Colégio Damas.

Os dias seguintes terão programação com momentos de oração e celebração. 

Em 13 de outubro, às 9h, haverá a sessão de encerramento do inquérito diocesano no Teatro do Colégio Damas, seguida de uma missa solene às 11h, presidida pelo bispo da Diocese de Pesqueira, dom José Luiz Salles, na capela da escola. 

Irmã Adélia: quem foi a freira que pode se tornar a primeira santa pernambucana
Irmã Adélia nasceu em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, em 16 de dezembro de 1922, com o nome de batismo de Maria da Luz Teixeira de Carvalho.

Segundo o Instituto das Religiosas da Instrução Cristã, em 6 de agosto de 1936, ao lado da também jovem Maria da Conceição, presenciou, no meio da serra, a aparição de Nossa Senhora das Graças, que salvou as meninas da aproximação de um grupo de malfeitores, guiando-as em segurança para casa. 

O testemunho do primeiro milagre e as várias outras aparições da Virgem às jovens intrigaram a família, a comunidade e a Igreja.

Mesmo analfabetas, respondiam em diversos idiomas aos questionamentos intermediados por elas a Maria.

Desacreditadas pela ignorância dos que não queriam crer, foram perseguidas.

Posteriormente, tornou-se freira do Instituto das Religiosas da Instrução Cristã, no Recife, cidade onde realizou diversos trabalhos sociais.

Irmã Adélia faleceu em 13 de outubro de 2013, na Capital pernambucana. (Fonte: Folha PE) (Foto: Acervo documental da Comissão Histórica e Arquivística do Processo de Beatificação e Canonização)