Pouco a pouco as estratégias para as eleições que se aproximam estão se alinhando. Depois do Partido dos Trabalhadores confirmar Teresa Leitão na vaga para o Senado na chapa de Danilo Cabral (PSB) ontem (15), Marília Arraes (SD) lançou André de Paula (PSD) como pré-candidato a senador na manhã desta segunda-feira (16). Mas não foi apenas por revelar o novo aliado, que inclusive é dissidente da Frente Popular encabeçada pelo PSB, que o nome de Marília esteve em evidência.
Durante o evento realizado pelo PT, nomes tradicionais da legenda no Estado revelaram a resistência de votar em Danilo Cabral, gerando em alguns filiados à legenda a certeza de não haver pecado em votar na ex-companheira de partido. Vide o discurso de Fernando Ferro, que disparou em alto e bom tom que o PSB é cúmplice da vitória de Bolsonaro em 2018 por ter apoiado o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. “Eu poderia defender a candidatura do PSB, se eles dissessem publicamente que se arrependeram do crime que cometeram contra Dilma, que erraram politicamente, foi errado terem contribuído. Tenham dignidade política e assumam essa postura”, cobrou, deixando claro que pedirá voto apenas para Teresa Leitão.
Porém, se a nota de corte para legitimar alianças estiver relacionada ao posicionamento dos políticos pernambucanos ao impeachment, o que dizer sobre André de Paula? O deputado federal, assim como Danilo Cabral, votou pela saída de Dilma. Esteve no palanque de João Campos (PSB) na disputa pela Prefeitura do Recife, contra Marília.
Entretanto, a prova da descida deste palanque está na entrega dos cargos que ele tinha nas gestões socialistas. O PSD ocupava a secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife com a filha do parlamentar, Cacau de Paula, à frente da pasta. No Governo do Estado, o presidente do Instituto de Recursos Humanos (IRH), Ruy Rocha, deixou o posto. Para fechar o pacote, De Paula confirmou o voto em Lula e o passado ficou no passado.
