Com a sucessiva onda de aumentos dos combustíveis entristecendo a maioria dos brasileiros cada vez que precisa abastecer o veículo, o Nossa Voz convidou o presidente do Sindicato dos Combustíveis de Pernambuco, Alfredo Pinheiro Ramos , para falar sobre o assunto e explicar quais os motivos que levam a gasolina estar cada vez mais cara.
O presidente do Sindcombustíveis explicou que são vários os fatores que fazem com que os preços dos combustíveis aumentem. ” Um destes fatores é o ICMS. Em Pernambuco, representa R$ 1,70 por litro, mais R$ 0,80 de PIS/ COFINS e cerca de R$ 0,10 de CIDE. Então, cerca de R$ 2,60 é de imposto, aí você junta com o aumento da Petrobrás e dá cerca de 90% do valor praticado nas bombas. Dono de posto não ganha dinheiro com aumento da Petrobras e aumento de impostos”, defende.
Alfredo pontuou ainda que outra questão que encarece o valor do combustível especificamente em Petrolina é o valor do frete. “Em Petrolina, há ainda o valor do frete, uma vez que a grande parte do combustível vem da Bahia”, diz.
O representante do sindicato defendeu que a discussão da reforma tributária é o mais importante na busca de diminuir o valor pago. “A discussão da reforma tributária é importante, não só a discussão do ICMS, mas de forma geral. Combustível é um produto de utilidade pública e ele não pode sair mais caro quando a gente tá precisando tanto de desenvolvimento, emprego e renda.A Petrobras faz a vinculação com o valor do dólar e o valor do barril internacional. O dólar, com essa disputa política no Brasil, será muito difícil baixar, então, é necessário que haja uma discussão ampla”, defende.
Sobre o novo aumento do diesel, Alfredo destacou que é o pior cenário para os donos de postos. ” O que nos preocupa com o aumento do diesel é que 70% do que chega, de consumo, é por rodovia, então, impacta em tudo. Para os donos de postos é o pior cenário, pois temos que aumentar capital de giro, aumentar taxa de cartão de crédito, enfim, nos atrapalha muito. Nós pagamos os impostos todos antecipados, salienta.
Por fim, Alfredo informou que as perspectivas não são boas para os próximos meses. “Infelizmente, as perspectivas não são boas, com toda a disputa política no país, o desemprego, o aumento nos barris de petróleo e a carga de tributos. Por isso é muito urgente que a gente dialogue sobre reforma tributária para que tenha uma esperança de mudança nos preços”, finalizou.