Dr. William Basílio reumatologia aborda os desafios do Lúpus e da Fibromialgia

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No cenário da saúde, o lúpus e a fibromialgia representam desafios clínicos significativos, afetando milhares de pessoas em todo o mundo. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), estima-se que o lúpus afete cerca de 65 mil brasileiros, principalmente mulheres entre 20 e 45 anos de idade. Já a fibromialgia, manifestando-se em cerca de 2% a 12% da população adulta no Brasil, acomete principalmente mulheres entre 30 e 55 anos de idade, embora também possa ser diagnosticada em crianças, adolescentes e idosos, conforme indicações da mesma instituição.

Para lançar luz sobre essas condições complexas, o renomado especialista em reumatologia, Dr. William Basílio, concedeu uma entrevista ao programa Nossa Voz, da rádio Grande Rio FM, destacando as nuances do diagnóstico, tratamento e manejo dessas doenças.

O médico explica que o lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico ou LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune, quando o próprio organismo ataca órgãos e tecidos. Seus principais sintomas são lesões de pele, dor, inchaço, inflamações nos olhos, rins ou no coração, eventualmente acompanhados de alterações de comportamento, fraqueza e emagrecimento.

A fibromialgia caracteriza-se por dores crônicas no corpo todo, principalmente na musculatura, por mais de seis meses, acometendo mais as mulheres. Outros sintomas são fadiga, sono não reparador, alterações de memória e de atenção, ansiedade, depressão e problemas intestinais. A doença pode ser primária (somente dor) ou secundária (associada a doenças reumáticas e inflamatórias, sono não reparador e sem melhora com medicação).

Segundo Basílio, cada paciente apresenta uma manifestação única das doenças, com sintomas que variam desde dor crônica até fadiga, insônia, depressão e ansiedade. “Embora sejam condições distintas, algumas pessoas diagnosticadas com lúpus também podem desenvolver fibromialgia. Isso ocorre porque os sintomas de dor e fadiga são comuns em ambas as doenças. É fundamental reconhecer essa diversidade de sintomas para proporcionar um cuidado adequado e personalizado”, enfatizou o médico.

No que diz respeito ao diagnóstico, Basílio destacou a importância de critérios específicos e da realização de exames para confirmar a presença das condições. “A diferenciação entre lúpus e fibromialgia é essencial para orientar o tratamento adequado”, explicou.

Em relação às abordagens terapêuticas, o médico ressaltou a individualização do tratamento, considerando as necessidades únicas de cada paciente. “Para a fibromialgia, geralmente optamos por antidepressivos para aliviar os sintomas, enquanto no lúpus utilizamos medicamentos moduladores do sistema imunológico e anti-inflamatórios”, disse Basílio.

Além disso, o médico abordou a possibilidade de uma coexistência das duas condições em um mesmo paciente, destacando o impacto emocional que pode desencadear ou agravar os sintomas. “O estresse emocional pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento dessas doenças”, alertou.

Quanto à qualidade de vida dos pacientes, Basílio enfatizou a importância de uma abordagem holística, que inclui orientações sobre estilo de vida saudável, prática regular de exercícios físicos e cuidados espirituais. “O sucesso do tratamento depende não apenas da intervenção médica, mas também do comprometimento e colaboração do paciente”, concluiu.