Durante audiência pública sobre concessão da Compesa, professora critica Governo e pede maior participação popular

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Representantes do Governo do Estado, políticos, o Sindicato dos Urbanitários e moradores das cidades do Sertão Central e Araripe participaram, na última quarta-feira (23), de uma audiência pública em Salgueiro. O evento, realizado no Hotel Salgueiro Plaza, discutiu os detalhes do projeto de concessão de parte dos serviços da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para a iniciativa privada.

Durante a audiência, foram apresentadas exposições detalhando os principais pontos do projeto. Entre os palestrantes estavam o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, o secretário de Projetos Estratégicos, Rodrigo Ribeiro, o secretário executivo de Saneamento, Artur Paiva Coutinho, e Luciana Capanema, chefe do Departamento de Estruturação de Projetos de Saneamento do BNDES. Também marcaram presença os deputados estaduais Luciano Duque e Socorro Pimentel, o prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, além de outros prefeitos e vereadores da região.

Por cerca de duas horas, os participantes ouviram explicações sobre como a concessão para a iniciativa privada pretende solucionar problemas de abastecimento de água e gestão de esgoto nas cidades sertanejas. O secretário executivo de Saneamento, Artur Paiva Coutinho, detalhou como o governo pretende atender a zona rural.

“O processo de concessão foi estruturado de modo que atenda não apenas a área urbana, mas também comunidades rurais com mais de 1.000 habitantes. Para comunidades menores, o governo continuará implementando políticas públicas específicas. Entendemos que o chafariz hoje não é socialmente aceitável, especialmente em 2025. Todos desejam dignidade, água nas torneiras e chuveiros. Estamos investindo na política do SISAR para essas áreas rurais. Mesmo com a concessão, Pernambuco terá de investir cerca de R$ 3,5 bilhões para atender essas localidades, mas já temos um plano regional detalhado para direcionar esses investimentos”, afirmou Coutinho.

Críticas à condução do evento
Um dos momentos marcantes da audiência pública foi a manifestação da professora Márcia Farias. Após mais de três horas de explanações, ela criticou a dinâmica do evento e a ausência de espaço para participação popular.

“Eu vim aqui para uma audiência pública e estou há mais de três horas só ouvindo o governo. O auditório está esvaziado, o povo já foi embora. Que tipo de audiência pública é essa em que o povo não pode falar? São três horas de falas do governo, e até agora ninguém da população teve voz. Que audiência pública é essa? Cadê o povo? O auditório está vazio. Vocês estão falando para vocês mesmos. Vieram aqui defender um projeto pronto, achando que a gente é burro e não sabe que concessão é o mesmo que privatização. Não entendi nada do que vocês apresentaram porque não falaram para o povo, falaram para justificar o projeto de vocês. Estão nos usando como massa de manobra para dizer que o projeto foi apoiado pelo povo. Mas o povo não apoia!”, desabafou a educadora.

Próxima audiência pública
A última audiência pública para discutir a concessão de parte dos serviços da Compesa está marcada para o dia 31 de janeiro, em Serra Talhada. Contribuições podem ser enviadas até o dia 7 de fevereiro de 2025 para o e-mail dialogopublico.saneamento@sepe.pe.gov.br.