A eleição para a nova diretoria da Associação do Projeto Maria Teresa, marcada para o próximo dia 21 de setembro, já movimenta os bastidores da comunidade. O pleito, que deveria definir os rumos da entidade, virou alvo de críticas da oposição, que denuncia falta de transparência na condução do processo e na prestação de contas da atual gestão.
Dois representantes do grupo oposicionista, Manuel Sobrinho, conhecido como Mial da Van, e o produtor rural Edson Ramos da Silva, o Edinho do Covão, se manifestaram publicamente e apontaram irregularidades no processo.
Questionamentos sobre transparência
Segundo Mial, o pedido é claro: transparência na gestão e no processo eleitoral.
“Nós estamos entrando com o pedido de transparência por conta que eles recebem muito dinheiro e nunca foi feita prestação de conta. Não só a questão da prestação de conta, nós estamos pedindo também para que seja impugnada essas eleições por conta da maneira que se dá o processo eleitoral, que eles estão fazendo só do jeito deles. Só eles querem votar, só eles podem participar, não dão o direito da gente participar. Eles fazem uma relação, só colocam os nomes das pessoas que eles acham que devem votar e a gente não pode fazer essa relação que eles estão fazendo. Então, nós estamos entrando em pedido para que seja impugnada essa eleição e nós possamos concorrer de uma forma transparente, que todos possam participar e votar.”
Mial também criticou a atuação de familiares do atual presidente e disse que o grupo já foi prejudicado em eleições anteriores.
“Eles colocam o filho do presidente para fazer o cadastro da chapa. Já somos vítimas disso lá atrás, quando deram entrada no edital em cima da hora. Agora, quando fomos mais atentos, descobrimos que novamente já tinham feito o cadastro só com as pessoas deles. Não podemos ficar empurrando com a barriga, temos que levar as coisas a público.”
Taxas de água e cadastro de eleitores
Edinho também questiona a forma como a associação tem cobrado taxas e conduzido o cadastro dos eleitores.
“Todos os moradores são cobrados por uma taxa de água mensalmente. O problema é que esse valor está sendo recebido em nome de uma pessoa física, e não no CNPJ da associação. Isso não é transparente. Além disso, o processo eleitoral não segue o estatuto. Se todos os contribuintes podem votar, por que fazer um cadastro restrito? E mais: eles saíram cadastrando pessoas nas casas, sem que a outra chapa tivesse conhecimento. Isso não é correto.”
Para Edinho, o objetivo é simples: que o estatuto seja cumprido.
“A gente quer que sejam tomadas as medidas cabíveis para que tudo volte ao normal, que tudo seja com transparência e ocorra na conformidade do estatuto, para que as pessoas tenham direito de votar e ser votadas de forma democrática.”
Assembleia contestada e pedido de cancelamento
Os opositores também relataram problemas na última assembleia, que teria se transformado em ato político.
“Eles marcaram uma assembleia, a gente foi, mas ela foi verdadeiramente um comício político. Pensamos que lá seria criada uma ata para definir o processo de votação, mas nada foi decidido. Depois criaram uma comissão eleitoral, mas não aceitaram nossos requerimentos. Por isso, nossa chapa decidiu se retirar do pleito. Agora queremos que essa eleição seja cancelada, para que o processo volte ao normal.” — disse Edinho.
Próximos passos
Mial e Edinho afirmam que pretendem acionar órgãos competentes e pedem apoio da comunidade.
“Primeiramente, pedimos ao povo que nos ajude. Muita gente reclama, mas tem medo de dar a cara. Ele está à frente dessa associação há muito tempo e não presta contas. Temos que reagir.” — reforçou Mial.
A reportagem procurou a atual diretoria da Associação do Projeto Maria Teresa para comentar as acusações, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.