Em vigor desde a meia noite de ontem (01), novo valor da passagem de ônibus no transporte público de Petrolina causou indignação nos passageiros. Cobrando as promessas feitas pela gestão municipal, que quando trocou a empresa responsável pelo serviço prometeu parte da frota com ar condicionado e wi-fi durante o trajeto, a população confronta o custo benefício dos R$ 5 reais pagos por cada viagem. Antenado a isso, o vereador de Petrolina, Elismar Gonçalves (Podemos) reforçou, em entrevista ao Nossa Voz, que esta medida não passou pelo crivo da Câmara Municipal.
“O preço da passagem, seja para a sede, para área ribeirinha, para o interior ou perímetros irrigados foi feita por meio de uma regulamentação, através de um decreto do município. Não passou pela Câmara, o próprio prefeito pode regulamentar isso e foi regulamentado esse preço por meio de um decreto feito na semana passada o qual tenho em mãos”.
Apesar de vir de cima para baixo, o parlamentar questionou se a medida foi, ao menos, avaliada pelo conselho pertinente. “Essa discussão do aumento das passagens passou pelo Conselho de Mobilidade Urbana? Eu não tenho conhecimento. O primeiro passo seria por lá. E aí você tem duas situações, o aumento na cidade na sede de R$ 40,10 para R$ 5, um aumento de 20%, você o aumento também no interior, mas são três realidades que valem a pena serem observadas. Há o preço da tarifa técnica, que é todo o custo da manutenção do transporte, combustível, do pneu, de toda estrutura que precisa para o transporte e o custo da tarifa pública, o que é repassado para o usuário do transporte coletivo na cidade e também do transporte complementar que fica no interior. Essa diferença de preço deve ser feita através de subsídio. Na nota do município ele diz que tem, mas não revela de quanto”.
Detalhando a proposta, Elismar afirma que o pagamento de subsídio para aliviar a tarifa do transporte público já acontece em várias cidades do Brasil. “O município não poderia entrar com esse subsídio, com essa diferença? Vários municípios fazem isso. Sempre argumentam sobre as limitações de orçamento. O que nós temos de informações é que em 2022, com tributos do próprio município, a Prefeitura de Petrolina arrecadou R$ 228 milhões. Nós temos uma previsão orçamentária para 2023 de R$ 1,6 bilhão”.
Além da quebra dos itens previstos no contrato de concessão, o vereador ainda lembrou dos custos de operação do transporte complementar que atende a zona rural de Petrolina. “Você tem na sede uma empresa única de coletivo na cidade, que inclusive, as pessoas estão reclamando que não tem ar condicionado, ônibus superlotados, linhas que estavam previstas e que não estão cumprindo este roteiro. Aí tem outra situação, a das vans e os micro-ônibus, os ônibus que ficam no interior, onde muitas vezes o próprio dono está dirigindo e conduzindo. E na terceira situação, que é o usuário, o passageiro, que está pagando o preço dessa passagem. A gente reconhece que há um custo para isso, mas qual foi a planilha, qual foi o custo que foi feito para o aumento da passagem que saiu de R$ 4,10 para R$ 5? (…) Creio que, por meio de subsídio, seria possível impactar menos o bolso do petrolinense”.