Diante das recentes determinações do Governo do Estado de Pernambuco através da coletiva de imprensa ocorrida em 06 de agosto de 2020, o segmento de Bares e Restaurantes do Vale do São Francisco vem a público trazer alguns esclarecimentos e fazer um apelo ao gestores públicos nos mais diversos âmbitos, em especial ao Governo do Estado.
O município de Petrolina, apesar de estar inserido na Macro Região 4 do Estado de Pernambuco, tem uma realidade bem diferente do sertão do Araripe, que vivencia um momento de crescimento no número de casos da COVID19. Atualmente e, de acordo com a última resolução do Governo do Estado, Petrolina avançou para a etapa 5 do Plano de Convivência que delimita a reabertura gradual das atividades econômicas, o que implica dizer que os Bares e Restaurantes do nosso município permanecem fechados para recebimento do público.
Ocorre que, neste mesmo momento, demais localidades do nosso Estado, inseridos na Macro Região 1 e 2, passam, a partir da próxima segunda-feira (10/08/2020), para as etapa 6 e 7 do Plano de Convivência, que permite a ampliação da capacidade e horário de atendimento presencial dos Bares e Restaurantes naquelas localidades, ainda que estas apresentem índices de contaminados e mortes pelo novo coronavírus significativamente maiores do que os dados apresentados pelo Município de Petrolina.
Vejamos o quadro comparativo com outros municípios que avançaram para esta ampliação no setor de alimentação:
CIDADE | POPULAÇÃO | CONTAMINADOS | MORTES | FASE |
Olinda | 392.482 | 4.915 | 399 | Etapa 7 |
Caruaru | 361.118 | 4.956 | 246 | Etapa 6 |
Petrolina | 349.145 | 3.133 | 58 | Etapa 5 |
O avanço para a etapa 5 de reabertura gradual das atividades econômicas configura de forma desarrazoada e aleatória um atentado à racionalidade nos requisitos que permitem a sua implementação, quando comparados aos números dos municípios das demais regiões do Estado.
Para se ter uma ideia, o Município de Caruaru pulou da etapa 4 para a etapa 6 com um número de mortes mais de 4 vezes superior ao número de mortos no Município de Petrolina. Demonstra-se que a decisão de avanço das fases de reabertura das atividades econômicas não está sendo pautada pela estatística e pela ciência, ficando claro a desorientação e nebulosidade das razões que justificam a evolução das fases do planejamento.
O segmento de Bares e Restaurantes seguramente é dos mais afetados pela justa e necessária aplicação do isolamento social, entretanto não pode ser esta a suportar de forma injustificada o maior abalo na retomada das atividades. A sociedade Petrolinense e Pernambucana deve tomar conhecimento que o segmento de Bares e Restaurantes no Sertão do São Francisco está pronto para a reabertura segura, dentro dos padrões sanitários e de distanciamento recomendados pelos protocolos de saúde pública.
A não evolução das fases de retomada das atividades presencias implicará em centenas de falência empresariais e milhares de empregos perdidos, sem qualquer lógica na manutenção e aplicação do avanço das fases em nossa micro região.
Desta forma, o segmento pede socorro e exige um posicionamento racional e numericamente justificado pelo Governo do Estado de Pernambuco para a não reabertura deste setor no tocante ao atendimento ao público.