Quando o assunto é o acesso da população à água tratada, Pernambuco alcança uma cobertura de 86,65%. É um indicador melhor do que o do Brasil (84,92%) e superior ao do Nordeste (76,8%). Já quando se trata de coleta de esgoto, o Estado se posiciona mal. Com taxa de 34,2% está bem longe da média brasileira (56%) e distante de alcançar a meta nacionsl de universalização de 90% até 2033.
Os dados estão em um levantamento do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), que analisou os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), fornecidos pelas prefeituras e órgãos estaduais como Agência de Regulação de Pernambuco (ARPE), Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e Secretaria de Recursos Hídricos e de Saneamento de Pernambuco. Os números são referentes a 2022, os mais recentes disponíveis para avaliação.
ÁGUA ANTES DA META
O levantamento do TCE prevê uma tendência de que Pernambuco alcance a meta de 99% de acesso da água à população em 2029, antes do prazo estabelecido pelo Marco Legal do Saneamento, estipulado para 2033. Segundo o estudo, a cobertura de água tratada no Estado aumentou de 84%, em 2021, para 86,65% em 2022. Apesar da previsão positiva, o Tribunal alerta que para atingir essa meta é preciso resolver problemas como racionamento, perdas de água e qualidade do tratamento.
Embora a perda de água no processo de distribuição tenha diminuído de 66% em 2010, para 48% em 2022, o constatnte desperdício faz o índice preocupar. De cada 100 litros de água distribuídos, 48 litros não chegam às residências por conta de vazamentos, furtos e erros de leitura ou, ainda, não são faturados pela Compesa.
RESULTADO DISTANTE PARA O ESGOTO
Em relação à coleta e tratamento de esgoto, Pernambuco passou de 31%, em 2021, para 34% em 2022. Apesar da melhora, o índice está abaixo da média nacional (56%) e distante da meta de 90% em 2033, estabelecida pelo Novo Marco Legal.
A projeção é que, em 2033, o Estado alcance 68% de cobertura de esgoto. “É importante lembrar que se levarmos em consideração as ligações domiciliares, o desafio do esgoto é ainda maior, já que os números citados dizem respeito apenas à implantação das redes coletoras. Ou seja, não basta disponibilizar a rede coletora, é necessário que os domicílios se conectem a ela”, afirmou Alfredo Montezuma, auditor de controle externo e gerente de Estudos e Suporte à Fiscalização do TCE-PE.
Fonte: JC