Em Pernambuco, casas lotéricas são alvo de operação por lavagem de dinheiro de recursos públicos

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Apostadores fazem fila em casa lotérica. A Caixa Econômica Federal sorteia hoje (08) as seis dezenas do concurso 2.149 da Mega-Sena acumulada, que deve pagar um prêmio de R$ 170 milhões.
(Foto: Ilustração/ Marcello Casal-Agência Brasil)

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11), a Operação Mapa da Mina, que apura o uso de casas lotéricas de propriedade de agentes políticos para lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o local seria utilizado como ponto para lavagem de dinheiro decorrente de desvio de verba pública e de corrupção.

A investigação foi iniciada em abril de 2018 com a deflagração da operação Decimus, que identificou um grupo empresarial comandado por um oficial da Polícia Militar de Pernambuco, que atuava  na área de vigilância e de serviços gerais. A Polícia Federal informou que o PM levantou suspeitas após apresentar um crescimento econômico a partir de 2013 através de de contratos com entidades públicas municipais, estaduais e federais, com dispensas de licitação suspeitas ou processos licitatórios direcionados.

A PF também comunicou que durante os anos de 2017 e 2020, duas das empresas do grupo já receberam aproximadamente R$ 175 milhões. Dinheiro este que, segundo a Polícia Federal, foi adquirido de cofres públicos e distribuídos em três categorias: Entidades municipais, que teriam recebido aproximadamente R$ 54 milhões; entidades estaduais, com R$ 105 milhões e entidades federais, com R$ 16 milhões.

Ainda segundo órgão, os indícios colhidos na primeira fase da operação indicam que os agentes políticos investigados atuam em parceria com o grupo empresarial, junto a dirigentes de alguns órgãos públicos, com o propósito de direcionar licitações ou dispensa em favor de empresas do grupo.

De acordo com a PF, as firmas beneficiadas com os contratos públicos milionários, além de outras empresas coligadas, transferem dinheiro rotineiramente para cinco casas lotéricas de propriedade dos agentes políticos envolvidos, e são mantidas  para viabilizar o processo de lavagem de dinheiro, onde as somas transferidas já totalizam mais de R$ 14 milhões de reais.

Ao todo, estão sendo executados 25 mandados de busca e apreensão, sendo 23 na Região Metropolitana de Recife, um em Caruaru e um em Floresta.