Conforme previsto em agenda, o embaixador de Israel no Brasil, Shmulik Bass e o especialista em agricultura da embaixada, Ari Fischer, cumpriram agenda em Petrolina nesta quinta-feira (06), O objetivo da visita é conhecer os projetos públicos de irrigação implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e as atividades correlacionadas que promovem o desenvolvimento da região. Além das trocas de experiências, há expectativas quanto a formação de parcerias em recursos hídricos e agricultura. A comitiva participou de uma cerimônia no auditório da Codevasf e a tarde seguiu para os perímetros irrigados na zona rural da cidade.
“É difícil falar uma, duas ou três coisas que o Vale do São Francisco tem a aprender com Israel e o que Israel tem a aprender com o Vale do São Francisco. A ideia é levar pessoas daqui para Israel para que vejam as oportunidades, porque naquela região há lucros que eles podem ganhar através desse estreitamento de cooperação entre o nosso país e o Vale do São Francisco”, ressaltou Bass.
Questionado sobre o uso racional dos recursos hídricos no país, o especialista em agricultura da embaixada, Ari Fischer, fez um breve histórico. “Israel, desde seu nascimento se preocupa muito com tema de água. Começou com 600 mil habitantes e não tinha água. Então, no começo a preocupação com água foi uma preocupação do Estado. Começou com a busca no deserto, depois começaram a trazer água do rio Yarqon, depois fizeram a adutora nacional e atualmente temos cinco plantas de dessalinização e tudo isso coordenado pelo governo. Não está na mão de várias empresas, é o governo que controla. O preço da água é o governo que define, isso foi uma definição que fez a gente ter o sucesso no controle hídrico”, pontuou.
Ainda segundo o embaixador, Shmulik Bass, além dos possíveis acordos de cooperação técnica, existe condições favoráveis ao fortalecimento de parcerias comerciais com o país do Oriente Médio. “Israel tem orgulho de ser o único país fora da América Latina que adicionado ao Mercosul. Então temos áreas de mercado livre entre Brasil e Israel e a exportação é facílima. E agora trabalhamos para atualizar o acordo para ter mais produtos sem impostos entre os países”.
Ciente da importância desse intercâmbio, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, relembrou que a integração com Israel foi fundamental no início da fruticultura irrigada. “Nós temos que contar essa história do Vale e essas tecnologias vindas de Israel lá atrás. Ela sempre esteve presente aqui no vale do São Francisco. Porque lá eles tem um terreno muito arenoso então, tem muito pouca água e aqui tem muita água. Com isso, essa tecnologia é muito importante. Hoje, estamos usando muito mais a tecnologia do gotejamento e microaspersão, que é justamente o uso racional da água com sustentabilidade”.
Agora, além das inovações no gerenciamento hídrico, o país tem muito a ofertar sobre o uso das tecnologias 4.0 agregadas a produção agrícola. “O que a gente precisa agora é integrar o agronegócio e Israel está craque nisso. Nós precisamos de informações; informações de solo, clima, umidade, temperatura, enfim, previsão de colheita, pragas, doenças. É isso que Israel poderá nos trazer cada vez mais e para nós melhorarmos cada vez mais a fruticultura do vale do São Francisco”, finalizou.