A sessão da Câmara de Vereadores de Petrolina, nesta quinta-feira (8), foi marcada por tensão, acusações de violência institucional e denúncias de assédio moral. O estopim foi a cobrança feita pela vereadora Rosarinha Coelho ao presidente da Casa, Osório Siqueira, sobre a demora na entrada do Projeto de Lei nº 042/2025, que dá nome à UBS do Projeto Maria Tereza (Km 25) em homenagem ao agente de saúde Edinaldo Ferreira da Silva, já falecido, na ordem do dia.
Segundo a vereadora, o projeto foi protocolado no dia 30 de janeiro e já conta com pareceres favoráveis das comissões competentes, mas segue fora da pauta de votação. A insatisfação ganhou tom mais grave quando Rosarinha afirmou que outros projetos mais recentes têm avançado rapidamente, sugerindo tratamento desigual. “Sou relatora de Justiça, estudo muito para estar aqui. Entrei pela porta da frente, quem me colocou aqui foi o povo. Não aceito ver minhas proposições serem deixadas de lado”, declarou.
O presidente da Câmara, Osório Siqueira, respondeu afirmando que o trâmite legal foi seguido e que houve uma “polêmica” devido a uma outra sugestão de homenagem ao mesmo prédio feita pelo vereador Ronaldo Cancão (Ronaldo Souza), a pedido de uma liderança comunitária. Ele também reforçou que “a pauta quem decide é o presidente, não é vereador que chega lá e diz: ‘Tem que entrar amanhã’. Aqui é um poder legislativo e é prerrogativa da mesa”. Apesar disso, garantiu que o projeto de Rosarinha será votado na próxima terça-feira.
A situação escalou após a manifestação de Ronaldo Cancão. Ao tentar justificar sua iniciativa, afirmou que apenas atendeu a um pedido da comunidade e que não buscava confusão. No entanto, ao se dirigir a Rosarinha, o tom se elevou e ele afirmou: “Equilíbrio é essencial. Eu fui por uma história, não estou aqui para discutir balela.”
A troca de farpas provocou reação imediata da vereadora Maria Elena, que saiu em defesa de Rosarinha e repreendeu Ronaldo Cancão pela forma como se dirigiu à colega. “Ninguém aqui pode andar chamando ninguém de desequilibrado. Vereador nenhum aqui é mais do que outro. Respeite Rosarinha. O mandato é dela”, disparou.
Rosarinha voltou à tribuna e fez um duro desabafo. Disse ter sofrido assédio moral e psicológico na sede provisória do plenário da Casa Plínio Amorim e rebateu. “Fui constrangida, tive meu direito como mulher e parlamentar violado. Me tratam como se tivesse sido jogada aqui dentro. Não fui. Quem me colocou aqui foram 2.416 eleitores”, afirmou, em tom emocionado.
A vereadora também denunciou uma tentativa de silenciamento político. “Querem calar minha voz e minha caneta. Mas eu não me calo. Sou presidente da Comissão dos Direitos das Mulheres, relatora da Comissão de Justiça e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Eu não estou de brincadeira”, concluiu.