O plenário da Câmara de Vereadores de Petrolina foi palco de um embate inflamado nesta terça-feira (1º), data conhecida como o Dia da Mentira. O estopim da troca de farpas foi uma fala do vereador Diogo Hoffmann (União Brasil), líder do governo Simão Durando e declarado bolsonarista, que usou a tribuna para ironizar o presidente Lula (PT), sugerindo que o 1º de abril deveria ser oficialmente dedicado ao petista.
“É impossível passar esse dia sem fazer uma homenagem àquele que se intitula a alma mais honesta do Brasil, mas que é conhecido mesmo pelo seu gosto pela mentira”, alfinetou Diogo.
Em tom de deboche, ele mencionou promessas de campanha de Lula, como a “picanha na mesa”, e o acusou de usar estatísticas inventadas e de não assumir responsabilidades. “Está há três anos no poder e ainda culpa Bolsonaro pelos problemas do país”, disparou.
A fala incendiária não passou despercebida. Coube ao vereador Gilmar Santos (PT), líder da oposição, rebater de forma veemente. Sem poupar palavras, Gilmar virou o jogo e acusou Bolsonaro de ser o verdadeiro “pai da mentira”. “É ridículo termos aqui nesta Casa um vereador que se diz cristão, mas segue um mentiroso. Tá na Bíblia: ‘Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. E o senhor é seguidor do pai da mentira”, reagiu, em tom duro.
Gilmar ainda lembrou a ligação histórica de Bolsonaro com a ditadura militar, o julgamento do ex-presidente como “mau militar” por seus próprios superiores e o uso constante de fake news durante sua gestão. “Pesquisem nas redes. Bolsonaro mentiu 6.676 vezes durante seu governo”, cravou.
A discussão reflete o clima polarizado que ainda marca o cenário político local e nacional, que ganhou novas nuances após Bolsonaro ter sido de declarado réu no processo em que Supremo Tribunal Federal julga a invasão a Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 08 de janeiro de 2023.